São Paulo – A Continental iniciou o processo de nacionalização da produção do EPB-Ci, freio de estacionamento elétrico para veículos leves equipados com freio a disco na traseira. Carlos Minutti, seu gerente executivo da engenharia de desenvolvimento de produtos freios, disse que existe forte demanda pelo componente no Brasil, percebida em cotações que têm sido solicitadas.
Umas das razões para nacionalizar, e reforçada pelos clientes, são não depender de fornecedores externos e desviar da variação cambial: “Ganhamos dois projetos novos, que ainda não podemos revelar, e temos um em negociação. Eles tornaram viável a nacionalização do EPB-Ci e instalaremos a nova linha de produção em Várzea Paulista”.
A linha será importada da Alemanha e tem previsão de chegar ao Brasil no final do ano ou começo de 2025, quando será instalada e os testes iniciados. Os primeiros EPB-Ci nacionais deverão ser entregues a partir de outubro, seguindo o contrato que foi assinado com os clientes.
Segundo Minutti o valor do investimento ainda não pode ser divulgado, pois será somado com outros aportes que estão sendo feitos na unidade de Várzea Paulista, em áreas como produção e novos desenvolvimentos. No futuro a Continental pretende consolidar esses valores e torná-los públicos.
Em 2022 a Continental já havia nacionalizado o EPB-Si, o freio de estacionamento elétrico para veículos leves com freio a tambor na traseira, depois de ganhar a concorrência para fornecer o componente para os modelos Pulse e Fastback. Agora a empresa oferece portfólio nacional completo para o segmento de freio de estacionamento elétrico.
Mais nacionalização a caminho
A busca por nacionalização ganhou mais força com a publicação do Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação. Segundo Fabrício Menezes, gerente executivo de engenharia de desenvolvimento de produto controle eletrônico de estabilidade, o sistema ESC MK120, a última geração produzida na Europa, será outro a ser nacionalizado, mas em 2026. Atualmente a companhia produz o MK100 e a sua linha de produção será modernizada para produzir a nova geração.
“Temos um novo projeto fechado que demandará o sistema MK120, que será produzido no Brasil a partir de 2026. Inseriremos novos equipamentos e novas estações de trabalho na linha de produção atual para produzir a nova geração.”
Esse componente é focado em modelos híbridos e a combustão e o seu grande diferencial é a redução de peso, uma vez que é 120 gramas mais leve e também é 7% menor do que o MK100. O novo ESC também tem um desenho modular, que permite que ele seja adaptado para diversos projetos, desde um carro de entrada até uma picape grande.
Além do ESC a Continental produz no Brasil todos os outros componentes de freio, um grande diferencial da empresa e que está ajudando na conquista de novos contratos.