São Paulo – O valor de R$ 50 bilhões de investimentos anunciado pelo Sindipeças até 2028 poderá ser ampliado após o início da produção local das montadoras chinesas recém-chegadas ao Brasil, como BYD e GWM. Segundo o presidente do Sindipeças, Cláudio Sahad, estas empresas passarão a demandar itens de fornecedores locais nos próximos dois a três anos, seguindo cronograma apresentado à entidade.
Sahad contou que o estabelecimento das atividades das empresas segue três fases: a de importação, a atual, quando começam a estruturar cadeia de concessionários e a divulgar a marca. A ela se segue o início da produção em CKD, previsto para o ano que vem nas duas empresas. A terceira, que ele calcula para 2026 ou 2027, será a de contratação de fornecedores locais.
“Será quando eles buscarão parcerias com empresas já estabelecidas aqui ou atrairão novos fornecedores. Existe um tempo de maturação no mercado antes de desenvolver uma cadeia local, conforme eles colocaram para nós, do Sindipeças. Nós dissemos que apoiamos todos que decidirem produzir aqui, porque defendemos a indústria nacional.”
Segundo o presidente do Sindipeças no México os chineses já estão na terceira etapa, implantando fornecedores para a produção local.
Sahad participou de evento na Anfavea no qual foi divulgado o estudo de cenários da descarbonização do setor de transportes no Brasil. Para ele foi importante a apresentação do que chamou de “Norte para direcionar todo o setor de mobilidade para 2040”. Da parte dos fornecedores, garantiu, os esforços serão direcionados para que se alcance o cenário mais otimista de redução de CO2.
Estes esforços, garante, ajudarão também a inflar os R$ 50 bilhões anunciados de investimentos das autopeças: “Nosso setor trabalha sob demanda: se há investimento das montadoras vamos atrás. Então é claro que este número poderá subir se houver demanda”.