São Paulo – As vendas de caminhões pesados caíram 7% no primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados pela Anfavea. O recuo acendeu luz amarela de acordo com Igor Calvet, diretor executivo da entidade:
“Existe uma tendência de queda para o segmento, pois notamos um recuo desde o começo do ano na demanda. Mesmo com expectativa de super safra em 2025 isto não se refletiu em mais vendas de caminhões pesados para o escoamento da produção”.
Segundo Calvet o agronegócio nacional segue uma tendência de maior endividamento e o preço das commodities está estável. Isso se soma ao cenário global conturbado e a elevação dos juros no Brasil, este o último o principal ponto para uma retração na demanda por caminhões pesados.
Considerando todo o segmento de caminhões, as vendas ainda seguem em alta no acumulado, com crescimento de 4,8% no trimestre e 27,7 mil unidades comercializadas, em linha com o volume dos últimos anos. Mas segundo Calvet o mercado foi sustentado por negócios fechados em 2024 e a expectativa é de volumes menores para os meses seguintes.
Em março foram vendidos 9,4 mil caminhões, alta de 4,5% sobre fevereiro e queda de 5,2% na comparação com março do ano passado.
A produção já começou a sentir os efeitos de uma demanda menor para os próximos meses, com 11,7 mil unidades fabricadas em março, volume 2,1% menor do que em fevereiro, mas 4,4% maior do que em março do ano passado. O diretor executivo da Anfavea disse que essa desaceleração de um mês para o outro indica que os pedidos chegarão em ritmo menor nos próximos meses.
Mesmo com esse cenário mais pessimista para os próximos meses no trimestre houve alta de 8,2% na produção, com 31,7 mil veículos fabricados, mas é necessário ressaltar que esse ritmo produtivo foi sustentado por pedidos recebidos no ano passado.
As exportações de caminhões somaram 5,9 mil unidades no trimestre, alta de 79% sobre iguais meses do ano passado. Em março foram embarcadas 2,6 mil unidades, volume 91,5% maior do que o de mesmo mês do ano passado e 13,5% superior ao de fevereiro.