Fábrica chinesa será a segunda maior da Scania, segundo disse Christopher Podgorski no Congresso Megatendências
São Paulo – A fábrica da Scania na China está quase pronta, segundo o presidente e CEO da Scania Latin America, Christopher Podgorski. A produção deverá começar na terceira semana de maio, após investimento de 2,2 bilhões de euros, o maior aporte da história da montadora. A capacidade produtiva será de 50 mil unidades por ano, volume que deverá ser atingido em 2029 – ao fim de 2026 a expectativa é chegar a 10 mil unidades por ano.
Podgorski participou do Congresso AutoData Megatendências 2025. Ele disse que a nova unidade representa a chegada da montadora em um novo continente: “Temos fábricas na América Latina e na Europa, agora chegamos no continente asiático, onde grandes desenvolvimentos estão acontecendo, com foco nas tecnologias futuras. Queremos aprender com eles e usar a grande cadeia de fornecimento instalada na China, que nos atende em qualidade e em outros quesitos”.
A fábrica chinesa será a segunda maior da Scania: no Brasil a capacidade é para 30 mil veículos/ano, e na Suécia o volume é de 70 mil unidades anuais. No futuro é possível que veículos de outras marcas do Grupo Traton sejam fabricados na China:
“O investimento é da Scania, mas nada impede que no futuro os veículos de outras marcas do Grupo Traton sejam produzidos na unidade. Ainda não está nada definido, mas a fábrica foi construída com esse conceito, para ser modular”.
De acordo com Podgorski, a unidade terá todas as áreas produtivas, menos a parte de usinagem de motores, transmissões e outros componentes, que serão importados da Suécia e do Brasil e montados localmente.
Fotos: Patrícia Caggegi.
A fábrica chinesa está instalada em uma área de 90 hectares e terá o maior ritmo produtivo dentre as unidades da Scania, pois no país cada turno possui dez horas de trabalho e os colaboradores têm apenas dez dias de férias por ano.
Mercado brasileiro
A expectativa para 2025 é de usar 90% da capacidade instalada em São Bernardo do Campo, SP, e produzir cerca de 27 mil veículos até dezembro. Podgorski considerou este porcentual de ocupação bastante positivo, considerando o cenário atual do mercado e da macroeconomia nacional:
“No ano passado produzimos mais de 30 mil veículos, chegando na capacidade máxima da fábrica. É difícil manter este ritmo, então 90% é um bom volume de produção”.
Cerca de 30% do volume produzido em 2024 foi exportados para África do Sul e alguns países da América Latina, como Argentina, Peru, Chile e Colômbia, que estavam com demanda aquecida, cenário que se mantém em 2025, de acordo com o presidente.