Presidente executivo Igor Calvet disse que entidade analisará suas expectativas ao fim do segundo trimestre, quando espera ter horizonte mais claro
São Paulo – Em sua primeira entrevista coletiva como presidente executivo da Anfavea, Igor Calvet repercutiu a decisão do Copom da quarta-feira, 7, de subir em 0,5 ponto porcentual a taxa Selic, agora em 14,75% ao ano. Fortemente dependente de financiamentos a indústria olha com preocupação a situação dos juros:
“Registramos recentemente a maior taxa média da história para compra de veículos 0 KM, de 29,5% ao ano. Caiu um pouco mas continua em patamares altos, o que dificulta o acesso ao crédito para boa parte da população e encarece os financiamentos”.
Como o movimento já vem de meses e o mercado brasileiro continua com saldo positivo na comparação com o ano passado Calvet disse que, ainda, não vão revisar as projeções da Anfavea para o ano: “O sinal de alerta foi aceso e analisaremos o desempenho da indústria e do mercado no segundo trimestre. Dependendo de como for, reavaliaremos”.
A previsão da Anfavea é de alta de 6,3% dos emplacamentos em 2025 e no quadrimestre o avanço foi de 3,4%. Para o presidente executivo o setor “ainda não precisa correr uma maratona para alcançar a projeção”.
Boletim Focus
A partir de maio a Anfavea passa a ser uma das instituições a enviar suas projeções para ajudar a compor o Boletim Focus, que, semanalmente, traz indicações de crescimento de PIB, inflação e juros. Editado pelo Banco Central, colhe expectativas de instituições financeiras e passou, recentemente, a agregar também de entidades da indústria e serviços.
A mais recente enviada pela Anfavea aponta crescimento de 2,2% do PIB, com 2,1% de alta na indústria, 6,3% da automotiva, 7% do agronegócio e 1,9% de serviços.