Vendas de veículos importados cresceram 19,1% de janeiro a maio e a de nacionais avançou 3,4%, segundo a Anfavea
São Paulo – Mais da metade do crescimento de 6,1% nas vendas de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus de janeiro a maio, comparado com os cinco primeiros meses de 2024, foi proporcionada por veículos importados. Segundo a Anfavea divulgou na quinta-feira, 5, os emplacamentos de importados cresceram 19,1% no período, para 189,8 mil unidades, e as de produzidos localmente subiram 3,4%, somando 796,3 mil veículos.
Em números absolutos foram emplacados 30,5 mil veículos importados e 26 mil nacionais a mais no período. Ainda que a diferença tenha sido reduzida com relação ao acumulado de janeiro a abril, quando o crescimento foi apenas de importados, o sinal de alerta continua aceso na Anfavea:
“Este volume, 189,8 mil unidades, equivale à produção anual de algumas fábricas”, disse o presidente executivo Igor Calvet, em entrevista coletiva à imprensa. Ele afirma não ser contrário à importação mas a atual porcentagem, 19,2% das vendas de janeiro a maio, não é considerada saudável: “São milhares de empregos que deixaram de ser gerados no País”.
A maior parte deste volume importado ainda vem da Argentina, país com o qual o Brasil mantém intercâmbio comercial: 85,7 mil veículos vieram de lá, uma alta de 45,2% sobre doze meses atrás. As importações da China, que são a maior preocupação da entidade, subiram 35,8%, somando 58,1 mil unidades. A Argentina representou 24% da alta de 19,1% das importações e a China 27%.
“Para a China não temos exportação, ao contrário da Argentina, para o qual enviamos volumes e é nosso principal parceiro.”
Sobre o início da produção em SKD ou CKD de algumas companhias chinesas que atualmente importam veículos, como a BYD e a GWM prometem para as próximas semanas, Calvet disse não ser o ideal, mas também não é contrário: “Entendo que estas empresas precisam começar suas operações aos poucos, para compreender o mercado”.
Ele disse ser contrário, porém, à redução dos impostos de importação para os kits, como a BYD pleiteou ao governo: “A aprovação deste pedido, que eu acredito que não irá prosperar, seria uma sinalização negativa para quem já investiu e está produzindo aqui. Que se pague o pênalti durante a operação em SKD ou CKD”.
Resultado
De janeiro a maio as vendas de veículos somaram 986,2 mil unidades, avanço de 6,1% sobre igual período de 2024. No mês passado os emplacamentos alcançaram 225,7 mil veículos, alta de 16,2% sobre maio e de 8,1% sobre abril.
“Importante ressaltar que em maio do ano passado o mercado foi influenciado pelas enchentes no Rio Grande do Sul, o que gerou volume menor de vendas.”