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Indústria
22/07/2019

Clarios nascerá em janeiro no Brasil

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Foto Jornalista  Bruno de Oliveira

Bruno de Oliveira

São Paulo – A Johnson Controls tornou-se Clarios no mundo em maio, mas aqui a mudança completa, envolvendo identidade visual da fábrica de Sorocaba, SP, e alteração da razão social, ocorrerá a partir de janeiro. No mais pouco mudou na operação da companhia, adquirida pelo grupo de investimento Brookfield Business Partners – seguem os funcionários, o modelo de negócios e a manutenção das marcas Heliar, Varta e Durex.

 

De novo, por ora, existe a projeção da companhia acerca do seu crescimento no mercado doméstico este ano: vendas e faturamento 11% maiores do que o registrado no ano passado, uma base de comparação oculta porque a empresa não divulga resultados regionais, apenas os globais. No ano passado, por exemplo, a operação no mundo faturou US$ 8 bilhões. Segundo o vice-presidente Alex Pacheco a ideia de crescimento se sustenta nas oportunidades de negócios em reposição e no OEM, com os lançamentos da General Motors e Toyota, por exemplo, dois de seus principais clientes nesse segmento:

 

“Ainda há espaço para o desenvolvimento de baterias para veículos equipados com motores a combustão, ou seja, as baterias chumbo-ácido, até 2035. A diversidade de produtos tende a ser aumentada nos próximos anos. Haverá desenvolvimento de baterias avançadas para aumentar a capacidade de carga de forma a acompanhar as novas tecnologias, como o sistema start-stop”.

 

A produção da fábrica instalada de Sorocaba destina dois terços para o mercado de reposição, o maior em termos de volume. É esse segmento que está auxiliando a companhia a compensar perdas em volumes para o OEM em função da atual crise nas exportações, a qual, disse o  vice-presidente, produz reflexos na operação da empresa: “Nosso maior cliente em equipamento original não chega a ter uma demanda de mais de 5% da nossa produção total. Então, redução de demandas pontuais não atingem de forma significativa a produção”.

 

Uma das demandas pontuais foi a diminuição dos embarques da Toyota para a Argentina, o que acarretou o encerramento do segundo turno da unidade de Sorocaba, onde são produzidos os modelos Etios e Yaris.

 

Sustentada, portanto, pelas demandas da reposição, a fábrica da futura Clarios opera com 90% da sua capacidade instalada, que é de 10 milhões de baterias/ano. A atividade produtiva se dá em três turnos de segunda a sábado, com um quadro de 1,2 mil trabalhadores.

 

Com as três marcas a empresa atende ao mercado de automóveis, motocicletas, caminhões, ônibus e veículos fora de estrada. Há também oferta para companhias que optaram por terceirizar a produção de baterias, como é o caso da General Motors, cujas baterias AC Delco, que equipam os seus veículos novos, a Johnson Controls produz desde 2005.

 

Para o futuro Pacheco disse que ainda há espaço, até 2035, para as baterias convencionais feitas da combinação química do chumbo com um ácido. Nesse período o desenvolvimento do componente para demandas do setor automotivo brasileiro será guiado por projetos de redução de tamanho e de aumento da capacidade de carga.

 

Mas existem diferenças no ritmo de desenvolvimento na comparação com países mais desenvolvidos: “A diferença é que aqui a velocidade é mais lenta e as montadoras ainda estão pensando como cumprirão os requisitos do Rota 2030. O portfolio será mais amplo do que nos anos passados, pois antes poucos tipos de baterias atendiam todas as demandas. Hoje a diversificação é maior para atender às mais diferentes demandas elétricas”.

 

Foto: Divulgação.