São Paulo — A produção de caminhões no País encerrou o primeiro semestre em queda, fruto da pandemia e consequente paralisação da linhas adotada como medida sanitária de março a junho. No seis meses do ano, apontam dados da Anfavea divulgados na segunda-feira, 6, a produção caiu 37% sobre o volume fabricado no primeiro semestre do ano passado, somando 34,7 mil unidades.
A retomada das atividades nas montadoras em junho produziu reflexos nos números de produção do setor. Com as linhas voltando aos poucos saíram das linhas de montagem 40% mais caminhões do que em maio, 5,6 mil unidades. Segundo Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea, sustentaram as linhas no período demandas do agronegócio e volumes já negociados em meses passados que tiveram a produção interrompida — o chamado represamento.
O executivo afirmou, ainda, que o desempenho das montadoras de caminhões em junho não pode ser usado como um indicador de que a crise passou: "Ainda é cedo para falar que a crise passou. Houve a questão do represamento e da renegociação dos contratos envolvendo grande volumes. Temos que ver como o mercado vai se comportar no próximo trimestre para ter uma dimensão do comportamento real da demanda nas fábricas".
De maio a junho houve crescimento expressivo na produção de caminhões leves, segmento do qual se espera crescimento da demanda por causa do aumento das entregas em áreas urbanas de produtos adquiridos via e-commerce. Em junho se produziu 803 unidades, 76% a mais do que em maio.
De qualquer forma o maior volume de produção segue sendo o de caminhões pesados. O primeiro semestre encerrou com produção de 18,5 mil unidades no segmento que tem forte vínculo com o setor agrícola. O volume, no entanto, representa retração de 40% sobre aquele produzido no primeiro semestre do ano passado. Entre maio e junho, a produção de pesados foi 25% maior.
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