São Paulo — O primeiro semestre foi de resultados negativos nas exportações de veículos. Segundo dados da Anfavea, divulgados na segunda-feira, 6, os embarques somaram 119,4 mil unidades no período, um volume que representa queda de 46,2% ante o resultado registrado em igual período de 2019.
Em junho, isoladamente, os embarques somaram 19,4 mil unidades, volume quatro vezes superior ao de maio, mas 52% abaixo do registrado em igual mês de 2019.
Para Luiz Carlos Moraes, presidente da associação, problemas conhecidos de infraestrutura, que representram entrave ao escoamento de produção, seguem como uma espécie de inibidor da busca por novos mercados. Segundo ele o governo federal ainda não demonstrou "nenhum ação concreta" para resolvê-los.
Lideradas pela Anfavea, seguiu Moraes, as montadoras seguem discutindo, por exemplo, a questão dos resíduos tributários gerados das exportações passadas — o volume retido nos cofres públicos poderiam, na ótica das fabricantes, servir como arrimo em momento de situação financeira delicada.
Há, ainda, situação adicional: "Afora a demanda interna dos países, a maioria desaquecida, existem as projeções de que a demanda mundial por veículos cairá nos próximos anos. Precisamos ser mais competitivos para buscar novos mercados para os veículos fabricados aqui".
Do total exportado de janeiro a junho 112,9 mil unidades correspondem aos veículos leves — automóveis e comerciais leves — um volume 46% menor do que o registrado no primeiro semestre do ano passado. A exportações de caminhões caíram 19% na mesma base de comparação, somando 4,8 mil unidades. Os embarques de ônibus, por sua vez, caíram 54,5%, somando 1,7 mil unidades.
As exportações no período resultaram em US$ 2,1 bilhões aos cofres das empresas, uma receita 39,5% menor do que o registrada de janeiro a junho do ano passado. Incluindo as receitas obtidas com as exportações de máquina agrícolas e rodoviárias, o valor total chega a US$ 2,9 bilhões.
Foto: ANPr.