São Paulo – Ainda que represente elevação de 31,4% na comparação com junho, as 174,5 mil unidades vendidas no mercado brasileiro em julho não representam fator de animação ou de demonstração de consolidação da retomada na visão do presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes. O executivo vê com cautela os números: na média diária, por exemplo, o crescimento de um mês para o outro foi de 20%, de 6,3 mil para 7,6 mil licenciamentos/dia.
Quando comparado com julho de 2019, as vendas do mês passado ficaram 28,4% menores. “Foi o pior julho desde 2006, assim como o acumulado”.
De janeiro a julho os emplacamentos somaram 983,3 mil unidades, 36,6% abaixo do mesmo período do ano passado. “Estamos acompanhando os números do início de agosto e a queda segue na mesma proporção, de 37%”.
Há pontos positivos: está abaixo da queda de 40% projetada pela Anfavea para o ano, a indústria de caminhões segue com comparação positivo nas comparações de julho/20 com julho/19 e os bancos voltaram a emprestar – ainda que, na opinião do executivo, por um custo elevado: “A taxa média cobrada pelos bancos está em 19% ao ano, enquanto temos uma Selic em 2%. A redução da Selic ainda não chegou aos financiamentos de veículos”.
Mas a instabilidade econômica e as incertezas do País fazem com que a Anfavea mantenha os pés no chão e não se anime com os últimos números. Há também a questão da pandemia, que ainda não acabou: os casos e mortes seguem subindo em algumas cidades.
Outro ponto positivo foi a equalização dos estoques, que superaram os 40 dias no auge da pandemia e fecharam julho em 24 dias. Agora, segundo Moraes, as fábricas conseguirão calibrar sua produção para o tamanho menor do mercado.
Foto: Divulgação.