São Paulo – A desvalorização do real perante o dólar afetou sobremaneira o segmento de automóveis importados em 2020, ainda que os executivos presentes no Congresso AutoData Perspectivas 2021, realizado de maneira online por AutoData na sexta-feira, 30, esperem uma leve melhora no cenário no ano que vem.
Aksel Krieger, presidente da BMW, João de Oliveira, presidente da Abeifa e diretor da Volvo Cars e José Luiz Gandini, presidente da Kia, desenham cenário no qual a vacina deverá estar disponível no começo do ano que vem, o que ajudará os negócios. Mas Gandini afirmou que o setor poderia ter vendido mais este ano, caso o dólar não tivesse passado por aumento relevante:
"Como Kia poderíamos ter vendido o dobro, pois o mercado está aquecido. Não conseguimos repor os estoques com o dólar atual e competir com as marcas nacionais. A expectativa para o ano que vem é de um recuo nessa correlação cambial, para trabalharmos com algo em torno de R$ 5,30 a R$ 5,50. Mas ninguém sabe como será o futuro dos importados no País".
O presidente da BMW também espera uma melhora desse cenário, lembrando que o real foi a moeda emergente que mais perdeu força. Krieger disse que previsões para 2021 são complicadas, mas arriscou: "A curto prazo, com a vacina saindo, esperamos algo perto de R$ 5,30. A médio prazo a expectativa é um pouco mais positiva".
Oliveira, representante da Abeifa e da Volvo Cars, foi o mais otimista dos três, projetando um possível dólar a R$ 5,20 em 2021, ressaltando perspectivas positivas para os próximos anos: "Para o futuro temos a possibilidade de melhorar esse cenário e chegar a um dólar abaixo de R$ 5, o que seria um cenário muito positivo. Mas muita coisa tem que acontecer até lá".
Como presidente da Abeifa ele lembrou que seguirá trabalhando, em 2021, junto ao governo federal para conseguir a redução do imposto de importação, que hoje é o mais alto dentre os grandes mercados automotivos que importam veículos.
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