São Paulo – “Será um ano de fortes emoções”, alertou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea. Ele se referia ao cenário de falta de peças e dificuldades logísticas já enfrentado pela indústria e cuja tendência é se agravar nas próximas semanas pela questão da escassez de semicondutores, gerando efeitos diretos no ritmo de produção das fábricas. “O impacto poderá ser sentido na produção e nas vendas não só do Brasil, mas de todo o mundo”.
Os semicondutores são apenas o último item de uma lista de dificuldades que a indústria automotiva nacional vem encarando desde meados de setembro, quando o mercado começou a retomar e a cadeia não conseguiu reagir na mesma velocidade. Moraes citou itens como aço, plástico e pneus para exemplificar, assim como a própria operação logística.
“Fretes atrasam, faltam contêineres, existem lockdowns, voos cancelados. Os departamentos de logística vêm fazendo um bom trabalho, mas a situação é complicada”.
Diante de todo o contexto os 197 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus produzidos em fevereiro foram considerado pelo presidente da Anfavea um bom volume. “Teve fábrica que operou no carnaval, mas outras pararam porque não havia peça. O começo de ano está sendo difícil”.
O volume produzido no mês passado foi 3,5% inferior ao de fevereiro de 2020 e 1,3% abaixo da produção registrada em janeiro. No bimestre saíram das linhas de montagem 396,7 mil veículos, volume estável na comparação com os primeiros dois meses do ano passado.
Em fevereiro a indústria registrou 1,3 mil contratações, feitas na sua maioria por fabricantes de caminhões, de acordo com Moraes. “E a maior parte de contratos temporários”.
O executivo descartou, também, a possibilidade de paradas nas fábricas como em 2020, devido à pandemia. Segundo ele as unidades estão adaptadas com protocolos e seguindo rigorosamente as regras, com nível de segurança internacional.
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