São Paulo — O mercado de veículos do Chile busca fechar o ano com 380 mil unidades vendidas, volume que representaria um avanço de 39,7% sobre o ano passado, mesmo com todas as dificuldades que a pandemia da covid-19 ainda impõe ao negócio. Diego Mendoza, secretário geral da Anac, Associação Nacional Automotriz do Chile, participou do segundo dia do 3º Congresso Latino-Americano de Negócios da Indústria Automotiva, que é realizado pela AutoData Editora, de forma online, até a sexta-feira, 20.
Mendoza revelou que, mesmo sendo o Chile um mercado 100% importador, a escassez de chips e semicondutores tem também afetado a oferta de modelos, com a maioria das marcas sofrendo para entregar o portfólio completo aos clientes: "Os fretes marítimos também são um problema global que afetam os nossos negócios. Acreditamos que essa situação seguirá ao longo do ano e que deverá ser normalizada somente no ano que vem".
Também existem dificuldades operacionais nos portos do Chile, responsáveis por receber os veículos e realizar o escoamento, alegou o secretário da Anac.
A volta da operação dos fretes marítimos em ritmo normal e o fim das dificuldades para produzir das montadoras no ano que vem mostrarão qual o tamanho real do mercado do Chile após a pandemia da covid-19. Mendoza acredita ter capacidade para absorver até 500 mil unidades por ano, volume que ainda não foi atingido: o recorde de vendas foi em 2018, 417 mil unidades, número que o secretário acredita ser possível bater no futuro.
Acordos de livre-comércio com quase todos os países fabricantes permitem que veículos produzidos em qualquer lugar do mundo consigam competir no Chile. Segundo Mendoza os veículos brasileiros são competitivos na região e têm preço atrativo na comparação com os que chegam de outros países, como a China.
Em 2021 o Brasil tem conseguido avançar no mercado chileno, alcançando 9% de participação nas vendas de veículos leves, ante 7,7% no ano passado. A China lidera o ranking com 35,9%, grande avanço quando comparado com 2020, 24,5%. A Índia é a segunda com 11,9%, mas esse porcentual poderá mudar quanto a pandemia acabar e a produção global se normalizar.
Até julho as vendas de veículos leves somaram 217,1 mil unidades, com os SUVs representando o maior volume. As vendas de caminhões no período somaram 8,8 mil unidades, incremento de 71,7% na mesma base comparativa.
Veja aqui o balanço completo do mercado chileno no ano.
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