São Paulo – Apesar do cenário nebuloso devido à falta de chips o segmento de caminhões tem situação um pouco diferente por depender menos desses componentes eletrônicos e, ao mesmo tempo, contar com demanda crescente pelos pesados, a fim de atender a expansão de setores como agronegócio, e-commerce e distribuição urbana. Diante do contexto foram comercializados 95,3 mil unidades este ano até setembro, alta de 51,8% com relação a igual período em 2020, que contou com impacto mais forte da pandemia, quando as fábricas ficaram fechadas por até dois meses e meio. É o melhor resultado desde 2014, segundo divulgou a Anfavea na quarta-feira, 6..
Com média mensal de 12 mil unidades este ano o vice-presidente da Anfavea, Marco Saltini, afirmou durante coletiva de imprensa, que os números só comprovam o crescimento do mercado, passados os anos muito ruins de 2015 e 2016, quando a economia entrou em recessão. O executivo apontou que, se olharmos para 2018, quando foram vendidos 52,8 mil veículos, e para 2019, que contou com o licenciamento de 74,3 mil, visualiza-se trajetória de recuperação com volumes bastante robustos.
No mês passado, o melhor setembro desde 2013, foram licenciadas 11,6 mil unidades. A quantidade, superior em 59% a igual mês de 2020, porém, representa queda de 10,2% ante agosto. Saltini lembrou que o oitavo mês de 2021 foi forte e que “sempre há um delay entre a venda e o licenciamento por causa do implemento ou porque o frotista decide fazer o licenciamento de sua frota em um mesmo momento, o que pode criar situações específicas para cada mês, pontuais, por isso a análise mensal é mais complicada”.
Nesta divulgação a Anfavea trouxe como novidade o recorte do licenciamento de veículos com novas tecnologias de propulsão. Neste ano até setembro foram vendidos, caminhões e ônibus, 121 elétricos e 46 movidos a gás, somando 167 unidades, o que corresponde a 0,2% do volume total. Em 2020 foram 41 elétricos e 45 movidos a gás, 86 unidades, 0,1% do total.
Em setembro foram produzidos 13,8 mil caminhões, volume que representa queda de 7,7% ante agosto. Contribuíram para o cenário paradas na produção da Scania em São Bernardo do Campo, SP, ao longo do mês passado, por falta de semicondutores: “Embora o segmento continue bastante demandado não é imune ao problema dos componentes.”
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, no entanto, há crescimento de 46,5%. No acumulado do ano foram produzidas 118,3 mil unidades, alta de 104% frente a 2020, mas se o número for comparado com 2018, com 77,3 mil exemplares, e 2019, com 87,5 mil, realmente se nota que o setor está em um patamar diferente. O resultado faz com que 2021 tenha o maior volume produzido de janeiro a setembro desde 2013.
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