São Paulo – Com o retorno da operação em algumas fábricas, embora outras sofram com paradas, a produção brasileira de veículos registrou crescimento de 5,6% em setembro, na comparação com agosto, com 173,3 mil unidades, informou a Anfavea na quarta-feira, 6. O volume, porém, ficou 21,3% abaixo do registrado no mesmo mês do ano passado, quando foram produzidos 220,2 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus.
O ritmo ainda é insuficiente para atender à demanda do consumidor, disse o presidente Luiz Carlos Moraes. Seguem os problemas que já prejudicam a indústria há alguns meses: desabastecimento de componentes, especialmente semicondutores, dificuldades logísticas, com falta de navios, e a pressão nos custos.
No acumulado do ano saíram das linhas de montagem 1 milhão 650 mil veículos, crescimento de 24% sobre janeiro a setembro do ano passado. Em sua projeção mais pessimista, divulgada na coletiva virtual à imprensa, a Anfavea acredita superar em 6% o nível de produção do ano passado, mas Moraes lembra que foi um ano de níveis baixos, impactado pela pandemia da covid-19.
“Infelizmente temos restrição na produção por falta de semicondutores. Não é reflexo da demanda: existem clientes esperando carros por noventa, 120 dias, as locadoras estão recebendo menos carros do que gostariam e há clientes na América Latina também aguardando. As empresas estão se esforçando ao máximo para acelerar a produção, mas estão cada vez mais comuns notícias de férias coletivas, lay offs e PDVs por não haver componentes.”
Essa crise de abastecimento, porém, não afetou o nível de empregos: ficou estável de agosto para setembro, com 103 mil trabalhadores diretos nas empresas fabricantes de veículos. Do fim de 2020 para o mês passado a indústria contratou cerca de 2,5 mil pessoas.
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