São Paulo – Segmento que mais sofre com os reflexos da pandemia do novo coronavírus na cadeia automotiva a produção de ônibus registrou, no mês passado, o seu pior desempenho para setembro desde 1996. Saíram das fábricas 1,2 mil unidades, volume 20,7% inferior ao de agosto e 38,8% menor do que o do mesmo mês em 2020. O resultado também é o pior desde dezembro do ano passado.
Marco Saltini, vice-presidente da Anfavea, pontuou, durante coletiva de imprensa na quarta-feira, 6, que há clara influência do programa do governo federal Caminho da Escola, principalmente no segundo semestre de 2020, quando havia volumes de entrega: “A produção atual sofre um pouco porque ainda não começaram os volumes referentes à licitação deste ano, que deve chegar ao mercado encarroçador em dezembro”.
No acumulado do ano são 14,6 mil as unidades produzidas, alta de 4,9% ante 2020. O volume é inferior, no entanto, aos períodos equivalentes em 2018, com 23,1 mil ônibus, e 2019, com 21,8 mil — ainda assim, é o resultado mais expressivo desde esse ano.
Vendas — Foram emplacadas 854 unidades em setembro, contra 1,3 mil de agosto, o que configura queda de 33,1%. Na comparação com o mesmo mês do ano passado o recuo é de 30,7%. Trata-se do pior setembro desde 2016.
No mês passado, a maior parte das vendas, 33%, foi de micro e miniônibus. Na sequência o programa Caminho da Escola respondeu por 21%, devido à entrega decorrente da licitação do ano passado. Outros 15% foram rodoviários, 18% urbanos e 12,5% fretamento.
No ano foram emplacadas 10,9 mil unidades, alta de 10% ante 2020, o que configura o melhor acumulado desde 2019. Mas, conforme Saltini, se olharmos os números dos anos anteriores, 2018, com 10,5 mil, e 2019, com 15,2 mil, o crescimento que vinha acontecendo foi estagnado: “Ainda são volumes muito baixos. O setor está muito fragilizado. Agora é aguardar dezembro para ver reflexo do Caminho da Escola”.
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