São Paulo — A produção brasileira de motocicletas em 2022, poderá seguir por dois caminhos: o da estabilidade ante 2021, sendo esse o mais realista, ou o do crescimento de até 10%, no mais otimista. Os índices foram divulgados por Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, que participou do segundo dia do Congresso Perspectivas, realizado pela AutoData de forma online até a sexta-feira, 22.
Para definir sua projeção exata para 2022 a Abraciclo monitora alguns pontos de atenção como a inflação, que está alta e segue subindo e corroendo o poder de compra dos consumidores de motocicletas de baixa cilindrada, que corresponde por 80% da produção das montadoras nacionais: "Ainda temos a taxa de câmbio alta que pressiona nossos custos de produção, alto nível de desemprego, tendência de aumento na taxa de juros e as eleições que sempre trazem emoções. São todos fatores negativos que precisamos considerar".
Para exemplificar o aumento dos custos de produção Fermanian mostrou que 70% do custo de uma motocicleta é composto por componentes de aço e alumínio: o preço do primeiro item registrou alta de 70,2% no ano e o do segundo em torno de 50%.
Há, também, a expectativa de que a produção avance 10% sobre 2021, e neste caso alguns pontos positivos deverão pesar a favor do segmento de duas rodas: demanda crescente por transporte individual, protagonismo nas entregas urbanas, alta dos combustíveis, motorização flex e retomada da produção em ritmo maior, com a flexibilização das normas sanitárias atuais, puxada pelo controle da pandemia, cenário que Marcos Fermanian acredita que está acontecendo e que seguirá melhorando.
Outro fator que deverá impulsionar as vendas no ano que vem é a demanda reprimida de cerca de 100 mil unidades, aquelas que as montadoras deixaram de produzir em janeiro e fevereiro por causa do avanço da segunda onda da covid-19 em Manaus, AM. Esse volume deverá seguir para o ano que vem, até porque o setor terá apenas mais dois meses completos de produção, pois em dezembro estão programadas as férias coletivas.
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