São Paulo – Graças ao que o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, classificou como esforço das montadoras locais com suas matrizes para conseguir mais disponibilidade de peças no fim do ano a produção de veículos, em dezembro, foi a melhor para 2021: 210,9 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus saíram das linhas de montagem no mês, volume 2,5% acima do registrado em novembro e de 0,8% na comparação com dezembro do ano passado.
Os dados foram divulgados pela entidade na sexta-feira, 6, em entrevista coletiva virtual. O resultado do último mês garantiu crescimento de 11,6% na produção do ano, com 2 milhões 248 mil unidades fabricadas, em um ano prejudicado pela escassez de semicondutores, que impediu um ritmo melhor nas linhas.
A crise persiste, segundo Moraes. “Só temos visibilidade de disponibilidade de semicondutores quatro semanas adiante. As montadoras têm se ajeitado como podem, lançando mão de fretes aéreos. Há casos até de helicópteros transportando peças do aeroporto até a fábrica, para garantir a entrega dos carros às concessionários e para atender a contratos de exportação”.
Mesmo assim cerca de 20 mil unidades não foram finalizadas em dezembro por falta de componentes. São veículos que ainda não atendem a fase L7 do Proconve, que entrou em vigor em 1º de janeiro. O governo, porém, deu prazo de três meses para que estes modelos sejam finalizados e seis meses para que sejam vendidos.
“O governo entendeu a situação. Não estamos descumprindo as normas, mas precisamos finalizar a produção destes modelos, que só não foi concluída até o fim de dezembro porque houve atraso nas entregas de componentes”.
O ano terminou com 101,mil pessoas empregadas nas fabricantes de veículos leves e pesados, estável com relação ao fim de 2021. Moraes destacou que a estabilidade se compara a um cenário com quatro fábricas a mais, pois, no ano passado, a Ford encerrou a produção em Camaçari, BA, Horizonte, CE e Taubaté, SP, e a Mercedes-Benz em Iracemápolis, SP.
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