São Paulo – O prazo para adesão ao PDV da Volkswagen, que tem como objetivo 450 trabalhadores excedentes na unidade da Anchieta, em São Bernardo do Campo, terminaria na sexta-feira, 21. No entanto, diante do baixo quórum, a empresa decidiu ampliá-lo para mais uma semana, até 28, sexta-feira. As informações são do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a Volkswagen confirmou a prorrogação. Dados preliminares acerca da aceitações não foram abertos.
O volume de desligamentos pretendido pela companhia com o PDV refere-se ao efetivo do terceiro turno, suspenso até, pelo menos, o fim de 2023. Com a interrupção do segundo turno – desde novembro a fábrica opera com apenas um horário de produção –, outros 1,9 mil operários estão em layoff por até cinco meses, reflexo da falta de semicondutores.
Na prática, portanto, 2 mil 350 profissionais estão, digamos, sobrando na fábrica, o que representa quase um terço da força de trabalho da unidade, que conta com 7,9 mil empregados, sendo 3,5 mil do chão de fábrica. Exatamente a proporção em que se reduziu a produção diante da escassez de chips, que de 1,3 mil veículos/dia caiu para 380 unidades/dia.
Segundo o coordenador do CSE, Comitê Sindical na Volkswagen, José Roberto Nogueira da Silva, o Bigodinho, os modelos mais afetados são Nivus, Virtus e Polo, que têm mais tecnologia embarcada e, portanto, demandam maior volume de semicondutores. A Saveiro é menos atingida.
A oferta do PDV, aberto em 17 de janeiro, prevê indenização de 35 a 45 salários, que varia de acordo com o tempo de casa, mais as verbas rescisórias. A proposta fora melhorada, pois, anteriormente, propunha pagamento de 25 a 35 salários. As condições foram aprovadas em assembleia em 14 de dezembro. Para os que permanecerem na companhia haverá estabilidade e, em troca, reajuste salarial 4,5 pontos porcentuais menor até 2025.
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