Segundo a Anfavea o que justifica o cenário é a desaceleração de economias de países da região, até então grandes parceiros comerciais
São Paulo – Os embarques de veículos no primeiro mês de 2024 se reduziram quase que pela metade em comparação com o mesmo período do ano passado. As 18,8 mil unidades exportadas demonstram recuo de 43% frente às 33 mil de janeiro de 2023.
Com relação a dezembro do ano passado, quando as exportações chegaram a 25,7 mil veículos, a queda também é significativa, de 26,6%. Os dados foram divulgados pela Anfavea durante entrevista coletiva para a imprensa na quinta-feira, 8.
O motivo, segundo o presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite, é atribuído à desaceleração econômica nos principais mercados de destino dos veículos brasileiros: Argentina e México, que recuaram 19%, Chile, que encolheu 60%, e Colômbia, cuja retração chegou a 79%.
“As exportações no Brasil tiveram queda significativa”, afirmou Lima Leite. “Temos discutido muito este assunto, tentando propor medidas para que estes mercados também sejam mais importantes para o destino das nossas exportações.”
Foram obtidos com os embarques de janeiro US$ 620,6 milhões, recuo de 12,7% com relação ao mesmo mês de 2023, que havia rendido US$ 710,7 milhões, e queda de 14% frente a dezembro, com US$ 721,4 milhões.
Argentina compra mais autopeças do que veículos brasileiros
Ao analisar especificamente o comércio com a Argentina ao longo do ano passado Lima Leite citou que as exportações de veículos leves ao país vizinho geraram US$ 1,4 bilhão, retração de 6,5% ante 2022, quando a cifra alcançou US$ 1,5 bilhão.
Ao mesmo tempo os embarques de autopeças avançaram 14,6%, passando de US$ 4 bilhões para US$ 4,6 bilhões. Ou seja, embora o envio de veículos tenha diminuído a demanda por insumos brasileiros está crescendo.