Anfavea celebra o resultado mas pede cautela para ver se curva permanece ascendente nos próximos meses
São Paulo – As exportações de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus reagiram, em julho, ao somar 39,1 mil unidades, o melhor volume desde maio de 2023. Os avanços, de 35% com relação aos 29 mil veículos de junho e de 28,3% mil frente às 30,5 mil unidades do mesmo mês no ano passado, devem-se à concentração de embarques e entrega de veículos que aguardavam autopeças de fábricas do Rio Grande do Sul atingidas pelas enchentes que assolaram o Estado do fim de abril a maio.
De acordo com o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, que apresentou os números à imprensa na quarta-feira, 7, além desses fatores a Argentina, diante de melhora na produção e nas venda locais, aumentou suas compras e contribuiu com o crescimento, o que acabou equilibrando a situação diante de recuo do México, que vem reduzindo pedidos há três meses por causa de dificuldades no mercado interno.
“Ainda não sabemos se a trajetória de quedas nas exportações foi interrompida ou se tivemos apenas um mês atípico. Para confirmar as hipóteses é preciso olhar com cautela para os meses de agosto, setembro e outubro. Portanto, o desafio com o tema continua.”
De janeiro a julho foram enviados a outros países 204,4 mil veículos, recuo de 21,7% com relação ao mesmo período do ano passado, 260,9 mil unidades. O patamar é bem inferior ao registrado no acumulado dos sete meses iniciais de 2022, quando foram exportados 288,2 mil veículos, e também está aquém do desempenho no período em 2021, 223,9 mil.
Embora os automóveis tenham registrado maior porcentual de retração no período, de 26,6%, com 151,1 mil unidades, os embarques de caminhões recuaram 10,3%, para 8,5 mil unidades, e os de ônibus diminuíram 8,7%, para 2,5 mil. Comerciais leves foram os que menos sofreram, com leve queda de 1,2%, para 41,8 mil.
Diante disto Lima Leite destacou a necessidade de haver linhas de crédito atrativa para a aquisição de veículos pesados em outros países: “Temos trabalhado com o BNDES para que elas sejam mais rápidas e acessíveis. Queremos subsidiar inclusive clientes na ponta. Pois caminhões que chegam de outros países acabam tendo condições de financiamento, seja na velocidade ou no custo, mais favoráveis que as nossas. Isso faz com que caminhões e ônibus brasileiros percam competitividade nos países de destino”.
Os mercados com maiores dificuldades de penetração em 2024 têm sido México, com redução de 35%, Uruguai, de 31% e Argentina, de 30%. Segundo o presidente da Anfavea foi realizada reunião sobre o tema no primeiro dia da Lat.Bus 2024: “O crédito para quem compra caminhões e ônibus é tão ou mais importante do que para os leves”.
Quanto ao valor obtido com as vendas ao Exterior este ano os US$ 5,7 bilhões estão 16,3% abaixo dos US$ 6,8 bilhões até julho de 2023. No mês passado alcançou US$ 925 milhões, alta de 11,6% com relação a junho e recuo de 8,9% se comparado ao sétimo mês do ano passado, com US$ 1 bilhão.