Volumes para locadoras diminuem e consumidor final volta a comprar 0KM com melhora na oferta de crédito e redução dos juros
São Paulo – Os 241,3 mil emplacamentos de julho alçaram o mês ao melhor resultado de 2024, com aumento de 12,6% nas vendas em comparação a junho, 214,3 mil unidades, e incremento de 7% com relação ao mesmo mês do ano passado, quando estava em vigor a medida provisória que estabeleceu descontos para a aquisição de veículos de até R$ 120 mil, e em que foram comercializadas 225,6 mil unidades.
O desempenho positivo, além de ter sido ajudado pelos três dias úteis a mais frente a junho, e por um dia útil a mais do que julho de 2023, o que diluiu a média de vendas diárias de 10,5 mil unidades frente a 10,7 mil dos intervalos comparados, ainda assim mantendo bom ritmo, foi puxado pelo fortalecimento do varejo.
De acordo com o presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, que apresentou os dados à imprensa na quarta-feira, 7, esta reação se deu em momento em que foi observada redução nas vendas às locadoras, que nos últimos anos têm contribuído significativamente por movimentar o comércio de 0 KM:
“Nossa média mensal de vendas para as locadoras estava na casa de 50 mil a 60 mil unidades e, neste mês, o número foi menor, de forma que demonstra realmente a compra do consumidor final, que está buscando a troca de seu veículo”.
De acordo com Lima Leite este é sinal muito importante aliado à maior oferta de crédito e à redução da taxa de juros, uma vez que o custo do financiamento, que por muito tempo ficou na casa de 30% ao ano, agora chega a 24% ao ano.
“Vemos desaceleração na redução da Selic, mas o fato de a taxa ter diminuído propicia a volta do cliente à concessionária. É uma realidade e a tendência é que continue com esse aquecimento.”
Do total emplacado no acumulado do ano 17,2% são importados
De janeiro a julho foram emplacados 1 milhão 385 mil automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, 13,2% a mais do que no acumulado dos sete meses iniciais de 2023, em que foram licenciados 1 milhão 224 mil veículos, e acima do registrado em 2022, com 1,1 milhão de unidades, e em 2021, com 1 milhão 250 mil unidades.
Do total 17,2%, ou 238,9 mil veículos, são importados, avanço de 38% com relação ao mesmo período do ano passado, sendo 46%, ou 109,4 mil, vindos da Argentina, 26% ou 62,2 mil da China e 11% ou 26,1 mil do México. No caso dos veículos chineses 59 mil unidades, ou seja, quase a totalidade do que entrou no Brasil este ano, são elétricos e híbridos.
A Anfavea tem reclamado quanto ao ritmo de recomposição do imposto de importação ao pleitear a retomada imediata de porcentual de 35% a fim de inibir a entrada massiva de veículos de outros países. No caso da China, por exemplo, o volume cresceu 414% na comparação com o mesmo período do ano passado.
Lima Leite apontou, entretanto, que não houve novas conversas com o governo sobre o assunto: “Apresentamos as razões para antecipar a elevação do imposto a 35% e há uma expectativa positiva quanto ao tema a fim de que haja equilíbrio dos esforços da indústria e com os resultados de importação”.
A alíquota aplicada sobre elétricos é de 18%, para híbridos plug-in é de 20% e, para os demais híbridos, 25%.