Com aumento das exportações e eventual queda nas importações, pela recomposição do imposto de importação, tendência é produção recuperar, analisa Anfavea
São Paulo – Saíram das linhas de montagem, de janeiro a outubro, 2 milhões 123 mil 381 automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus, segundo apontou balanço divulgado pela Anfavea na quarta-feira, 6. No mesmo período foram comercializados no mercado doméstico 2 milhões 123 mil 974 unidades, uma diferença de quase seiscentas unidades.
Não é usual que o mercado brasileiro seja superior ao ritmo das fábricas. Nos primeiros dez meses do ano, comparado com igual período do ano passado, as vendas cresceram 15% e a produção 8,9%. O que justifica esta inversão na tendência, segundo o presidente Márcio de Lima Leite, é a queda de 7,4% nas exportações, para 327,8 mil unidades, e o crescimento de 36% nas vendas de veículos importados, 369,1 mil.
A balança, que foi superavitária em 82,8 mil veículos de janeiro a outubro de 2023, fechou em déficit de 41,3 mil unidades no mesmo período deste ano. Em dez meses o Brasil aumentou a importação em 97,8 mil veículos e reduziu em 26,4 mil o volume exportado.
“Como nos últimos meses as exportações estão subindo e as importações tendem a cair com a recomposição do imposto de importação [para veículos híbridos e elétricos], naturalmente a produção tende a voltar a crescer em ritmo mais parecido com o mercado interno”, projetou o presidente da Anfavea, sem demonstrar grande preocupação com a tendência que, segundo ele, é algo efêmero.
Em outubro as fábricas produziram 249,2 mil veículos, o segundo melhor resultado do ano, superado apenas por agosto, com cerca de 10 mil a mais. Comparado com setembro a produção avançou 8,3%, 230 mil veículos, e cresceu 24,7% com relação a outubro de 2023, 199,8 mil unidades.
Vem crescendo também o nível de emprego das montadoras: em outubro foram quase 1 mil contratações, elevando para 107,3 o número de trabalhadores diretos. Desde o início do ano foram criados 8,4 mil postos de trabalho. Somados os indiretos, nos cálculos do presidente Lima Leite, foram mais de 70 mil novos empregos gerados pela indústria automotiva em 2024.