Metade das importações vem de países com o qual não existe acordo comercial bilateral, alerta a Anfavea
São Paulo – Em janeiro e fevereiro foram vendidos 75,2 mil veículos importados no mercado brasileiro, o equivalente a 21% das vendas totais do mercado, 356,2 mil unidades. As vendas de importados cresceram 26,2% no período e o mercado avançou 9%.
“Foi a maior participação dos importados no mercado interno desde 2012”, afirmou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, que divulgou os dados na sexta-feira, 14. Ele voltou a pedir a reintegração imediata do imposto de importação para eletrificados a 35%, avançando sobre o calendário estabelecido em dezembro de 2023. “Estamos entregando empregos para fora do País.”
Para o presidente o agravante é o fato de que quase metade destas importações vem de países com o qual não o Brasil não mantém acordo comercial bilateral automotivo. Da China, especialmente, vieram 20,8 mil unidades, ou 28% do total das importações.
Lima Leite mostrou que no primeiro bimestre de 2021 as importações representaram 8,8% das vendas. Destes 5,6% de países com acordo comercial e 3,2% sem acordo. Em janeiro e fevereiro os índices cresceram para 10,8% e 10,3%, respectivamente.
“Com os países com os quais o Brasil mantém acordo comercial a importação é compensada por exportações de veículos ou o comércio de peças, pois muitos deles são produzidos com componentes nacionais. Não é o caso dos demais países.”
Ele voltou a chamar a atenção para a chegada de navios com mais veículos importados da China, como os da BYD e da Omoda Jaecoo: “Enquanto os países estão ampliando suas barreiras, subindo tarifas, o Brasil as mantém mais baixas. Por isto é urgente a recomposição”.
O mercado do primeiro bimestre foi o melhor para o período desde 2020, quando a pandemia de covid-19 ainda não havia provocado as restrições. E embora fevereiro, que registrou 185 mil emplacamentos, alta de 8% sobre janeiro e de 11,9% sobre o mesmo mês do ano passado, não tenha tido o feriado de carnaval, o que compromete a comparação, na média diária a venda cresceu 18,8% sobre janeiro e 6,3% sobre fevereiro de 2024. O que, na opinião de Lima Leite, comprova o bom desempenho do mercado no primeiro bimestre.