São Paulo – As exportações de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus avançaram 40,6% no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período de 2024, com o embarque de 115,6 mil unidades. O resultado retoma o patamar de 2023, quando haviam sido enviados a outros países 114,2 mil veículos.
De acordo com dados da Anfavea, divulgados em coletiva de imprensa na terça-feira, 8, o desempenho foi impulsionado pela recuperação do mercado argentino, que ampliou em 120% as compras de veículos brasileiros, com 67,3 mil unidades, respondendo por fatia de 58%. Nos primeiros três meses do ano passado o país adquiriu 30,7 mil veículos, ou 37% do total.
“Há sete anos o mercado da Argentina projetava 1 milhão de veículos”, afirmou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea. “No entanto chegou a 300 mil unidades e, em 2025, deverá alcançar 500 mil unidades. E o Brasil é o principal exportador de veículos para o país”.
As vendas para o Uruguai, terceiro maior cliente do Brasil, com fatia de 8%, também cresceram 14%, para 8,8 mil unidades, e para o Chile avançaram 8%, para 5,7 mil unidades e participação de 5%.
Na análise mensal, no entanto, houve recuo de 19% nas exportações em março frente a fevereiro, somando 38,9 mil veículos. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, porém, as vendas externas cresceram 19%.
Lima Leite chamou atenção ao fato de que, com a decisão de Donald Trump de sobretaxar diversas economias pelo mundo, inclusive o México, que tem um mercado de 2 milhões de unidades mas exporta 3,2 milhões de veículos, o volume ocioso deverá ser enviado a países da América Latina.
“O mais grave nisto é que para utilizar a capacidade ociosa do México investimentos que seriam feitos em países latinos, inclusive o Brasil, deverão ser redirecionados para as fábricas mexicanas.”
Em valores as exportações do trimestre cresceram 30%, para US$ 3,1 milhões, ao passo que as de março empataram com as de fevereiro, com US$ 1,1 milhão, e cresceram 26,5% com relação ao mesmo mês de 2024.
Quanto às importações a expansão nos três primeiros meses de 2025 foi de 25,1%, totalizando 112,8 mil veículos. A maior parte, 47%, veio da Argentina, quase 53 mil unidades. Seguida da China, que respondeu por fatia de 28%, com 32,1 mil — “Apenas 22,6 mil unidades vieram de outros países que não Argentina e China”.