O plano do CEO e presidente da montadora na América Latina é implantar processo industrial em três etapas, começando com 250 unidades por ano
São Paulo — Dentro do futuro eclético em que acredita o presidente e CEO da Scania na América Latina, Christopher Podgorski, os elétricos estão incluídos no ecossistema do mercado brasileiro. Após testar e validar veículos a bateria da marca por aqui, ele contou à Agência AutoData que planeja produzi-los em São Bernardo do Campo, SP, a partir de 2027.
O executivo pretende bater à porta da matriz, na Suécia, antes de junho para pleitear um novo aporte, concomitante ao dos ônibus: “Temos um estudo bastante aprofundado, que ganhou muita maturidade e viabilidade. É isto que estou ambicionando e, se der certo, estaremos produzindo, efetivamente, no fim de 2027”.
Até lá os caminhões virão importados, a exemplo de duas unidades adquiridas pela PepsiCo e uma pela transportadora Reiter Log, mas com preços bastante semelhantes aos que a Scania praticaria se estivesse produzindo localmente, apesar do imposto de importação de 35%, assegurou.
Para tanto a margem seria sacrificada e a rentabilidade renunciada, neste início, a fim de demonstrar e divulgar o produto, mais adequado para operar nas rotas de Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas, SP, por causa da infraestrutura de recarga.
Caminhão elétrico comercializado para a transportadora Reiter Log durante a Fenatran. Foto: Divulgação.
“Em um primeiro momento muitos componentes ainda virão de fora, mas a montagem será feita aqui, pois já temos bastante material nacionalizado, como os sistemas de chicotes de alta voltagem, e outros tantos iniciando processo de localização. Com isto conseguimos nos enquadrar no Finame e também no Mover. É para isto que estou sensibilizando meus colegas na Suécia.”
O plano de Podgorski é fazer a instalação industrial em três etapas. Na primeira os investimentos serão minimizados, até que os volumes se apresentem. A capacidade de produção inicial será de 250 unidades por ano – o que ele avalia como pequena perto da capacidade de produção anual de 30 mil veículos em São Bernardo do Campo.
Com o surgimento da demanda os aportes serão ampliados. E o passo final será permitir que a mesma linha produza unidades a gás, a diesel e elétrico. A ideia é fazer o sistema modular aplicado à eletrificação também: “Podemos, por exemplo, usar quatro pacotes de bateria e mais um embaixo da cabina, sem violar o excesso de peso no eixo dianteiro”.
Quanto ao modelo elétrico que estreará a linha ficará por conta do interesse do cliente: a aplicação é que dirá qual será o primeiro caminhão 100% a bateria brasileiro da Scania, disse Podgorski.