Reação do mercado vizinho em 151% ajudou embarques brasileiros, e a perspectiva é de mais crescimento
São Paulo – As exportações de veículos brasileiros, que somaram 161,9 mil unidades de janeiro a abril, superaram em 44,8% o volume registrado no mesmo período do ano passado, 109,6 mil unidades. A razão: maior demanda da Argentina, principal parceira comercial do Brasil no setor.
De acordo com dados divulgados pela Anfavea na quinta-feira, 8, na primeira entrevista coletiva à imprensa concedida pelo seu primeiro presidente executivo, Igor Calvet, a participação do mercado argentino nas exportações subiu de 34,8% no primeiro quadrimestre de 2024 para 59,1% este ano. A quantidade de veículos adquirida aumentou em 151% no período, para 95,7 mil unidades.
“Os dados que nos surpreendem e alegram foram influenciados pelo fim do imposto Pais, em dezembro do ano passado, aliado à alteração na legislação argentina para que veículos importados possam ser pagos em até trinta dias, e ajudado pela valorização do peso e pela desvalorização do real.”
O dirigente assinalou que trabalhará para fortalecer ainda mais as relações comerciais bilaterais, uma vez que as previsões para o mercado argentino, que eram de 500 mil unidades no ano, já apontam para 600 mil a 650 mil unidades, o que pode ser suprido, em parte, pelos produtos brasileiros e, assim, continuar estimulando os embarques.
Nos quatro meses iniciais do ano também se destacaram os envios ao Chile, com 8 mil unidades, alta de 22,9% diante de igual período de 2024, e ao Uruguai, com 11,5 mil unidades, incremento de 5,4%. A Colômbia comprou 9 mil veículos, aumento de 3%.
O México, em virtude das questões geopolíticas que envolvem o tarifaço de Donald Trump, reduziu as aquisições em 14,1%, totalizando 24,3 mil unidades.
Somente em abril foram embarcados 46,3 mil veículos, 69,3% acima do mesmo mês em 2024, 27,3 mil unidades, e 18,9% além de março, 38,9 mil.