Saíram das linhas de montagem 1 milhão 987 mil unidades de janeiro a setembro, de acordo com a Anfavea
São Paulo – De janeiro a setembro somou 1 milhão 987 mil unidades a produção brasileira de automóveis, comerciais leves, caminhões e chassis de ônibus, volume 6% superior aos 1 milhão 875 mil veículos do mesmo período do ano passado, divulgou a Anfavea na quarta-feira, 8. Em setembro, com 243,4 mil unidades fabricadas, o volume avançou 5,8% sobre o mesmo mês de 2024 e recuou 1,5% na comparação com agosto.
E quem garante a manutenção dos volumes mais altos é o segmento de veículos leves, disse o presidente executivo Igor Calvet: estes avançaram 6,5%, somando 1 milhão 864 mil unidades, ao passo que a produção de caminhões recuou 3,9%, para 98 mil veículos.
“Existe queda na demanda, especialmente pelos caminhões pesados”, afirmou Calvet, citando o aumento na taxa de juros com um dos fatores que tem feito as linhas de montagem reduzirem o ritmo. A produção dos modelos pesados, o segmento mais volumoso, recuou 16,7% no acumulado do ano.
A Anfavea fez um recorte da produção por trimestre, o que ajuda a reforçar o argumento de Calvet de que a taxa Selic a 15%, em alta desde o início do ano, reflete na produção de veículos: no primeiro trimestre houve crescimento de 10,5% na produção de veículos, sobre igual período de 2024. No segundo trimestre a alta foi de 10,3% e, no terceiro, queda de 0,8%.
Quando separado por segmento torna-se mais fácil compreender a dimensão: em leves, primeiro trimestre com avanço de 10,7%, alta de 11,1% no segundo e recuo de 0,3% no terceiro. Em caminhões, após o crescimento de 8,5% de janeiro a março, houve duas quedas nos trimestres seguintes: de 0,1% no segundo e de 9,4% no terceiro trimestre.
A produção de ônibus, somada neste volume, ajudou, pois soma alta de 13,4% no acumulado do ano, 24 mil chassis. Neste caso, segundo o presidente, o programa do governo federal Caminho da Escola e as exportações têm colaborado.
Calvet evitou fazer novas estimativas: “Se fizéssemos uma revisão agora poderíamos precisar fazer outra no mês que vem. As coisas estão bem instáveis. Não vamos mexer: nosso trabalho é alcançar estes números e, quem sabe, superá-los”.