O potencial de crescimento do mercado de caminhões e ônibus, aqui, é de 20% nos próximos anos, avaliou Roberto Cortes, presidente da MAN, durante o primeiro dia do Congresso AutoData Perspectivas 2018: “No nosso setor o que vende os produtos caminhões e ônibus é o PIB. Não existe nada mais confirmado do que isso”.
Para sustentar seu raciocínio Cortes mostrou a correlação da queda do PIB com a queda das vendas dos últimos anos – “Em 2017 a situação começou a mudar”, ele afirmou ao apresentar dados que revelam a retomada do crescimento do PIB, como o aumento das negociações na bolsa de valores, a redução do risco Brasil, a estabilidade do real frente ao dólar, a queda das taxas de juros e a retomada da confiança do consumidor.
Cortes acredita que as vendas, este ano, chegarão próximo ao resultado de 2016, quando foram comercializados 50,6 mil caminhões e 11,2 mil ônibus, segundo dados da Anfavea: “No primeiro trimestre o PIB caiu e as vendas também, mas voltou a crescer. O mercado de caminhões era de 2,7 mil unidades por mês, subiu para 3,7 mil e hoje estamos em 4,4 mil”.
No que se refere às as exportações a expectativa da MAN é aumento de 24% este ano.
2018 – Outra expectativa da MAN é a de que o PIB, em 2018, cresça de 2,5% a 3%, podendo chegar a 3,5% ou 4%. Cortes destacou a importância da melhoria da situação política no País para atingir metas mais altas: “Se, mesmo com problemas políticos, a economia cresce o que aconteceria com a política estável?”.
A resposta, ele opina, é similar ao que ocorreu recentemente na Argentina, que viveu período de conturbação política e econômica até o início do atual governo, em 2015: “A Argentina é benchmark para o mercado brasileiro. Houve estabilidade e este ano crescerá 60%”.
Segundo Cortes o próximo presidente brasileiro precisa ser pró-negócio, manter as reformas e a política econômica, realizar “as obras de infraestruturas necessárias assim como as privatizações”, e ficar atento à renovação de frota: é, atualmente, duas vezes mais velha do que deveria ser.
“Estamos bem longe do que aconteceu em 2010 e 2011, mas o caminho é de otimismo”, afirmou Cortes ao revelar que a MAN trabalha com cenário de crescimento de no mínimo dois dígitos para 2018 – tanto que a empresa já recontratou funcionários que estavam em lay-off, cancelou as férias coletivas de fim de ano e está em processo de admissão de trezentos novos funcionários.
Com relação às exportações a MAN trabalha com índice de 30% da produção para atender a mercados externos: “O passado, quando destinávamos 10% da produção para a exportação, mostra que não é salutar colocar todas as fichas em um só mercado. Esperamos, agora, que nossa produção alcance até 32 mil unidades”.
Condições – Para alavancar ainda mais as vendas Cortes acredita que algumas medidas são fundamentais, como redução drástica da taxa de juros, retomada do Finame integral, sua ampliação para caminhões usados e repasse para novo financiamento, fortalecimento do programa de renovação de frota e ampliação da linha de crédito para exportação: “A taxa de juros vem caindo mas para investimentos 14% ainda é muito alta”.
Em outros mercados, apontou, essas taxas não superam 2%.
Além disso ele espera que o programa Rota 2030 não pare, apesar de admitir atrasos: “É a primeira vez que vejo um programa sendo feito com a participação direta todos os interessados. Pode ser que atrase em função de falta de consenso, mas sem mudar a sua essência”.
Foto: Maurício de Paiva
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