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Indústria
24/09/2018

Setor de implementos mira as 120 mil unidades

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Foto Jornalista  Caio Bednarski

Caio Bednarski

São Paulo – A alta de 53% nas vendas de implementos rodoviários até agosto, para 55,8 mil unidades, ainda é insuficiente para alcançar o volume considerado ideal pelos empresários. Em 2018, a estimativa da Anfir, Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários, é fechar com 80 mil unidades vendidas – o volume ideal, segundo seu presidente Norberto Fabris, é de 120 mil a 130 mil unidades.

 

“Considerando a linha pesada acredito que um volume bom seria de 50 a 55 mil unidades, com a linha leve comercializando de 70 mil a 75 mil produtos por ano. Esse volume também seria bom para as empresas, que voltariam a aumentar seu quadro de funcionários para suportar a demanda. Abaixo disso fica distante da capacidade produtiva que temos no Brasil”.

 

Fabris ressaltou que esse crescimento viria sem criar uma nova bolha, pela qual as empresas do setor terão de pagar no futuro. O executivo se refere ao crescimento de 2011 a 2014, quando a indústria chegou a vender 190 mil implementos rodoviários, puxado por taxas subsidiadas do Finame PSI, que puxou o setor de caminhões.

 

O diretor comercial da Randon, Wilson Ferri, também acredita que um volume sustentável para o Brasil estaria em torno de 120 mil unidades, sendo 45 mil a 50 mil da linha pesada e 70 mil da linha leve, considerando a capacidade produtiva das empresas no Brasil: “É necessário ressaltar que esse volume seria saudável, sem criarmos uma nova bolha, pois na crise pagamos pelo crescimento irreal dos anos anteriores”.

 

Alcides Braga, presidente da Truckvan, segue a mesma linha de raciocínio e acredita que o volume ideal para o mercado brasileiro é em torno das 120 mil unidades: “Pensando racionalmente esse volume seria sustentável, pois não podemos levar como base alguns anos de crescimento fora da curva, com uma falsa impressão de alta para o setor”.

 

Para atingir o volume de aproximadamente 120 mil implementos por ano todos os executivos concordam que o principal desafio é a economia, que precisa crescer continuamente nos próximos anos e, se possível, em um patamar maior daquele que será registrado este ano. Lembrou Ferri: “Estamos às vésperas das eleições e, independente de quem ganhe, precisamos que faça as reformas necessárias para que o PIB volte a crescer em torno de 2% a 2,5% ao ano. Isto fará com que nosso segmento conquiste o crescimento esperado”.

 

Quando este volume será alcançado é que divide as opiniões dos executivos do setor. Enquanto o presidente da Anfir acredita que requer de quatro a cinco anos, o diretor da Randon e o presidente da Truckvan são mais otimistas, apostando que o setor poderá atingir esse número até 2020.

 

No caso dos segmentos que puxarão a alta, Ferri acredita que, a curto prazo, o setor será alavancado pelo agronegócio e pelo transporte de combustível. A médio prazo, ele acredita no transporte de carga industrial, que pode voltar a crescer puxado pelo maior consumo das famílias, impulsionado pela expansão da economia. Um pouco mais adiante virá o crescimento do setor de construção, que está parado há bastante tempo e também deve retomar com o crescimento da economia.

 

Fotos: Divulgação.