São Paulo — A Volkswagen Caminhões e Ônibus pouco pode afirmar a respeito de projeções para 2020 e 2021 por causa de sua condição de empresa de capital aberto do Grupo Traton, do qual é subsidiária. No entanto o que se espera para o ano, pelo menos, é um cenário similar ao projetado pela Anfavea, com decréscimo da produção em 33% e vendas 21% menores na comparação com 2019.
"Vendas menores, consequente queda no volume de produção e excesso de capacidade indicam que os resultados financeiros das montadoras de caminhões e ônibus sejam realmente de perda e resulta em figura de cenário nebuloso para o ano que vem", disse o presidente Roberto Cortes, durante o Congresso AutoData Perspectivas 2021, realizado em ambiente virtual pela AutoData Editora na sexta-feira, 30. "No entanto, somos otimistas."
Enquanto acompanha com atenção as condições de negócios no País, Cortes remonta aos velhos desafios quando fala sobre possíveis medidas que poderiam tirar a economia brasileira da letargia e, também, melhorar a competitividade da indústria automotiva nacional.
"Volto a dizer, assim como fiz em outras oportunidades, que o Brasil precisa olhar com mais atenção para programas de renovação de frota. Mais do que investir em novas tecnologias poderíamos iniciar um processo que envolve pouco custo para todos, que é renovar uma frota que é antiga, polui e gera acidentes."
Durante o evento online ele citou como exemplo de medida favorável à renovação um redesenho do Moderfrota, linha de crédito do BNDES, às condições atuais do mercado.
Cortes disse, ainda, que o setor de caminhões e ônibus passa por processo de recomeço pela segunda vez, sendo a primeira após e durante a execução da operação Lava-Jato, e a segunda nesta pandemia da covid-19. Ele reconheceu que tantas oscilações criam pressão nas empresas fabricantes de veículos comerciais, assim como acontece hoje no segmento de automóveis no que diz respeito à necessidade de se ajustar as linhas às demandas:
"Esperamos que isso não aconteça e que, sim, ao contrário, que possamos ocupar a capacidade que temos. Claro que será muito difícil de usar sua plena capacidade, que é de cerca de 400 mil veículos por ano, mas em níveis muito maiores do que praticamos atualmente, com uma média, na Volkswagen Caminhões, de um turno e meio".
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