São Paulo — As linhas de produção de caminhões voltaram a apresentar desempenho positivo em novembro, quando foram fabricadas 11,4 mil unidades, um volume 5,2% maior do que aquele registrado em outubro e 31% maior do que o de novembro do ano passado. Foi o melhor resultado mensal desde novembro de 2014, segundo a Anfavea, que divulgou os dados na segunda-feira, 7.
Para Marco Saltini, vice-presidente da Anfavea, o quadro indica que o setor de caminhões foi o que menos sofreu com os efeitos da pandemia dentre os de autoveículos. "Precisamos ver como será equacionada a questão do abastecimento das materias primas, que está em descompasso, mas já é possível esperar uma redução da queda no acumulado do ano".
As projeções da Anfavea indicam um mercado de 93 mil unidades até dezembro, volume que poderá chegar, segundo Saltini, a algo próximo das 100 mil unidades. Outro grande entrave para que os registros se confirmem nessa ordem são as entregas de implementos: atrasos na cadeia tornam alguns licenciamentos inviáveis.
"Todo o setor está se reorganizando para atender as demandas depois de meses sentindo os reflexos da crise. Há certo atraso na entrega de implementos, as montadoras também estão ajustando a produção para manter o distanciamento. Tudo isso provoca atrasos nos registros de caminhões".
No acumulado do ano, de acordo com o balanço da Anfavea, a produção somou 80,4 mil unidades, uma queda de 25% ante o volume produzido nos onze meses de 2019. A ociosidade média das montadoras de caminhões é de 60%.
A produção de pesados, modelos que têm representado a principal demanda do mercado por causa do agronegócio, somou 38,8 mil unidades até novembro, queda de 33% na comparação com o resultado de janeiro a novembro do ano passado. No mês o volume produzido foi de 5,7 mil unidades, alta de 22,5% ante novembro de 2019.
Nesse segmento o ranking de vendas é liderado pela Mercedes-Benz. Foram vendidos até novembro 11,9 mil caminhões M-B, queda de 10% na comparação anual. Os caminhões Volvo representaram a segunda maior fatia de caminhões pesados vendidos nos onze meses, somando 11,2 mil unidades e queda de 12%. As vendas de caminhões Scania somaram 7,3 mil unidades, queda de 38%.
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