São Paulo – Otimista com as projeções do PIB para este ano, na casa dos 5%, apesar da alta dos juros e da inflação, que podem encerrar 2021 aos 8% ao ano, conforme o Boletim Focus, o presidente da Iveco para a América do Sul, Márcio Querichelli declarou esperar “forte crescimento para os próximos cinco anos” ao mirar no plano dar mais atenção aos nichos e promover constantes lançamentos de veículos, evolução dos modelos já existentes para o motor Euro 6, desenvolvimento de exemplares movidos a gás e de pesados no segmento off-road em um futuro próximo.
Embora reconheça que seja o futuro do setor, devido aos custos e à falta de infraestrutura do Brasil, a produção de exemplares eletrificados deve demorar alguns anos. E que, por ora, o ingresso na sustentabilidade será por meio da oferta de veículos a gás. Conforme Bernardo Pereira, diretor de marketing da Iveco para a América do Sul, o primeiro passo para entrar no ramo dos elétricos pode se dar por meio da Daily, embora ainda não haja nada oficial.
Também sem entrar em pormenores Pereira falou sobre a expectativa de ingresso no GNV: “Estamos em processo de consolidação do nosso portfólio de produtos, começando com os lançamentos dos novos Daily e Tector. Não basta trazer da Europa, embora a tecnologia já exista, e rodar aqui se não é adequado para as nossas condições de estrada, para a quantidade de peso que carrega ou a distância percorrida. Até a distância entre eixos é diferente da nossa. Está se aproximando o momento, com a alta do diesel, em que essa solução começa a fazer muito sentido, estamos vendo muita procura por ela. Faremos o produto correto para a missão brasileira”.
O diretor de vendas da Iveco Brasil, Ricardo Barion, disse que a empresa já está em contato com clientes para que possam ajudar a desenvolver o produto a quatro mãos: “Queremos começar pelo segmento extrapesado, de longas distâncias, e fazer o cálculo de rentabilidade e retorno de investimentos”.
Querichelli complementou que há dois tipos de veículos a gás: o GNV, que tem autonomia de 400 a 500 quilômetros, e no Brasil há rede de abastecimento interessante, o que, portanto, não seria uma restrição: “Já o GNL tem disponibilidade de 900 a 1,3 mil quilômetros, são veículos projetados para uma longa distância e, nesse sentido, a infraestrutura é inexistente e é necessário haver forte parceria com empresas especializadas do setor e com o governo”.
Com relação ao segmento de off-road o diretor afirmou que haverá lançamentos somente após a empresa adequar todo os modelos existentes ao Euro 6. Querichelli disse que todas as inovações já presentes na Europa interessam ao Brasil, caso também do fora de estrada, e que a questão “não é se faremos, mas quando faremos”.
O presidente contou também que em breve será lançado canal e-commerce de peças da marca no Mercado Livre.
Ônibus – O setor de ônibus passa por recuperação mais lenta, por causa dos protocolos de saúde a serem seguidos em decorrência da pandemia, com restrições de circulação e escolas fechadas. Para 2022, no entanto, é esperada reação, ponderou Danilo Fetzner, diretor da Iveco Bus: “Em 2023 teremos de migrar para o Euro 6, então no ano que vem deve haver pré-compra. Deve ser um ano de muita demanda”.
Com relação aos lançamentos a intenção é ampliar o portfólio para segmentos em que a marca ainda não opera. No dia 20 de setembro, durante o evento Lat.Bus, será lançado chassi com foco em fretamento, mas que também poderá ser usado no segmento urbano: “Dentro do negócio de ônibus o fretamento foi o segmento que mais cresceu e que vai continuar crescendo em 2022 antes da entrada do Euro 6”.
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