São Paulo — A transformação digital na cadeia de fornecimento do setor automotivo foi um dos temas debatidos durante painel composto por Marcos Oliveira, CEO da Iochpe Maxion, Luiz Gustavo Mwosa, presidente da Paranoá e fundador da DataWake, Ricardo Teixeira Ávila, diretor de operações da Sabó, e Renate Fuchs, diretora da Accenture Strategy & Consulting, durante o terceiro Encontro da Indústria de Autopeças, realizado pelo Sindipeças na segunda-feira, 20.
Renate Fuchs acredita que o avanço na indústria 4.0 e a digitalização são importantes para que as empresas consigam atender às novas demandas de mercado, mas lembrou que cabe a cada uma pesquisar e definir um plano para tornar-se digital, dando exemplos como o uso de robôs nas fábricas e a maior automação das máquinas: “Aqui o grande desafio é o investimento necessário, mas novos modelos de negócio já começam a surgir, ampliando as possibilidades”.
Definir um plano foi o caminho utilizado por Iochpe-Maxion, Paranoá e Sabó. No caso da Paranoá, instalada em Diadema, SP, a definição do plano começou pela escolha do que não deveria ser feito, como uma robotização em massa ou a transmissão de dados em tempo real para os colaboradores:
“Apostamos na digitalização e automação de algumas parte da operação. Assim os dados coletados seguem para um banco de dados que gera informações relevantes para nossa operação. Os dados alertam quando uma máquina que precisa trocar determinada ferramenta, e avisam o operador que faz a substituição”.
Na Iochpe-Maxion, proprietária de 32 fábricas no mundo, a escolha foi pela criação de uma rede global de executivos responsáveis por essa área, identificando as necessidades de cada unidade, até porque cada uma delas possui idade e nível de tecnologia diferente, o que torna o processo ainda mais difícil:
“Escolhemos uma fábrica como modelo para implementar tudo que temos de novas tecnologias, ao mesmo tempo em que identificamos necessidades mais urgentes de outras fábricas e trabalhamos para encontrar soluções, olhando para todo o ciclo produtivo”.
Ricardo Teixeira Ávila, diretor da Sabó, disse que a empresa começou a avançar na digitalização de suas operações em 2014, visitando fábricas no exterior para coletar informações e aprender mais sobre o assunto. Hoje os dados organizados na operação do Brasil são usados para tomada de decisão:
“Já temos, hoje, a gestão virtual de alguns recursos e todas as máquinas possuem QR code e fácil acesso para manutenção. A inteligência artificial é um recurso disponível para acelerar a tomada de decisão no dia a dia e para aumentar a disponibilidade das máquinas”.