Expectativa do presidente Márcio de Lima Leite, no curto prazo, é destravar planos de aportes que estavam represados à espera das regras
São Paulo – O efeito de curto prazo esperado após a chegada do Mover, Mobilidade Verde e Inovação, a política industrial que dita as diretrizes da indústria de mobilidade e que foi, enfim, publicada em 30 de dezembro, será a definição e o consequente anúncio de planos de investimentos de companhias que aguardavam apenas a definição das regras para finalizar seus planejamentos. É a expectativa de Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, que elogiou o programa do governo e disse esperar até abril para a publicação de boa parte das portarias que restam para regulamentar o Mover.
Embora algumas empresas como Nissan e Renault tenham anunciado no fim do ano ciclos de investimentos, sem esperar a publicação da política industrial, outras admitiam estar trabalhando em planos de aportes mas aguardavam o Mover para finalizar seus projetos. Ao menos quatro delas, General Motors, HPE, Stellantis e Volkswagen, admitiram isto durante o Congresso AutoData Perspectivas 2024, em novembro.
Segundo Lima Leite a previsibilidade gerada pela publicação das regras destravará estes planos represados: “Outro fator importante foi a definição do cronograma do retorno do imposto de importação para os eletrificados. Estes dois fatores tornaram mais claro o Norte para se investir no Brasil”.
O presidente da Anfavea disse que o Mover foi criado em conjunto pela indústria e governo, a quem parabenizou pelo produto final. Questionado se faltou alguma coisa, ele citou a desoneração das exportações, que acabou ficando de fora. “Mas é algo que será tratado na reforma tributária que foi aprovada no Congresso no fim do ano”.
O fato de o Mover ser criado por meio de MP preocupa de certa forma o executivo, que disse ser preciso convencer Câmara dos Deputados e Senado Federal da importância das medidas para o setor de mobilidade. As MPs têm vigência de 120 dias e precisam ser aprovadas nas duas casas para se tornarem leis.
“Agora vamos estruturar uma agenda com governo, Sindipeças e academia para destrinchar os pormenores do programa e ampliar o diálogo com a sociedade.”