São Paulo — Os mercados de máquinas agrícolas e de rodoviárias passarão por momentos diferentes em 2024. Enquanto o primeiro segmento tem expectativa de queda, o segundo deverá registrar um aumento das vendas até dezembro, de acordo com as projeções divulgadas pela Anfavea na quarta-feira, 28.
O evento com jornalistas foi o último na sede da entidade na Avenida Indianópolis, na cidade de São Paulo, que será demolida para a construção de um prédio: a partir de abril a Anfavea terá sua nova sede em um prédio comercial no bairro do Brooklin.
A venda de máquinas agrícolas, após bater recorde de volume em 2022, deverá registrar o seu segundo ano de queda em 2024, somando 54,3 mil unidades, volume 11% menor do que o de 2023. Segundo o presidente Márcio Lima Leite este recuo é reflexo das taxas de juros altas para financiamentos e da queda no preço global das commodities, que diminui o apetite dos produtores por novos investimentos.
No segmento de máquinas rodoviárias o cenário é diferente, com expectativa de somar 31,8 mil unidades em 2024, incremento de 5% na comparação com 2023. O crescimento será puxado pela retomada de obras importantes no País, que estão aumentando a demanda por máquinas.
Exportações 2024
O segmento agrícola também deverá embarcar menos máquinas em 2024 na comparação com 2023, chegando a 8,5 mil unidades, queda de 3%. E as exportações de máquinas rodoviárias terão alta de 7%, somando 17,8 mil unidades, com o incremento sendo puxado pela demanda de mercados relevantes, como Estados Unidos, e também pelo fato de o Brasil ser base exportadora de alguns equipamentos, como motoniveladoras.
Balanço 2023
Após o recorde de vendas em 2022 o segmento de máquinas agrícolas recuou 13,2% em 2023, somando 61 mil unidades de janeiro a dezembro. A retração foi causada pelo período eleitoral que trouxe incertezas naturais para o mercado, segundo Lima Leite, assim como pelas altas taxas de juros praticadas nos financiamentos e pela queda no preço das commodities. Ainda assim o resultado foi considerado positivo, posicionando o Brasil como quarto maior mercado do mundo de máquinas agrícolas.
O mercado de máquinas rodoviárias caiu 22,1% na comparação com 2022, registrando 30,4 mil vendas, porque ainda espera os efeitos do PAC de R$ 1,4 trilhão que foi anunciado pelo governo federal.
As exportações de máquinas agrícolas caíram 17,8% com relação a 2022, com 8,8 mil unidades, e o segmento de máquinas rodoviárias cresceu 9,5%, com 16,6 mil máquinas exportadas.