São Paulo – Trabalhadores da Renault e da Horse de São José dos Pinhais, PR, voltaram a cruzar os braços após a extensa greve que durou 29 dias e deixou de produzir cerca de 16,4 mil veículos. A proposta apresentada pelas empresas, parte do acordo estabelecido para que os metalúrgicos voltassem às linhas, foi rejeitada em assembleia na terça-feira, 11, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba.
Sérgio Butka, presidente do sindicato, afirmou que a ação se deve ao repúdio dos trabalhadores porque a montadora rompeu com as negociações que estavam sendo feitas na última semana: “Retornamos ao trabalho, conforme a empresa impôs, mas as conversas pararam. Então determinamos um dia de protesto para que ela volte a negociar ou sinalize esta intenção”.
A Renault informou que após período de 29 dias de greve considerada ilegal pelo Tribunal Regional do Trabalho retomou as negociações com o sindicato “com avanços significativos na pauta social, reajuste salarial e vale-mercado, além de manter o melhor PPR, Programa de Participação nos Resultados, entre os fabricantes de veículos de passeio e comerciais leves do País”.
Ainda de acordo com a montadora, em decorrência do resultado da assembleia e da posição da entidade em levar os funcionários a uma nova paralisação sem aviso prévio, a Renault retomou o processo de dissídio coletivo na Justiça do Trabalho, que será a responsável por decidir as condições do acordo coletivo de trabalho.
Informações da entidade apontam que a oferta a ser validada mudou pouco ou quase nada do que já havia sido apresentado. A PLR, participação nos lucros e resultados, foi mantida em R$ 25 mil, com antecipação de R$ 18 mil. Foi acrescido ao pacote que a PLR de 2025 teria este valor corrigido pelo INPC. Os operários pediam abono de R$ 30 mil.
Quanto ao reajuste salarial foi proposto que ele seria composto pela inflação com 0,5% de aumento real. E que no ano que vem a correção levaria apenas o INPC. A entidade pede aumento real de 3,02%, conforme o PIB de dois anos atrás.
Com relação ao vale-mercado ele passaria a valer R$ 1,3 mil — hoje é R$ 1 mil 40. A Renault comprometeu-se a contratar setenta empregados para suprir a questão dos absenteístas: anteriormente a oferta era de cinquenta, enquanto o sindicato pleiteava trezentos profissionais a mais.
Em protesto o segundo turno não teve atividades na terça-feira, 11, assim como o primeiro turno de quarta-feira, 12. Nova assembleia foi marcada para 14h00 no portão da fábrica do Complexo Industrial Ayrton Senna.