São Paulo – O ano segue desafiando as exportações, ainda tímidas, mas reações nos mercados internos dos principais países de destino dos veículos brasileiros, como Argentina, México, Colômbia e Chile, trazem dose de otimismo para as vendas ao Exterior. Foi o que apontou o presidente da Anfavea, Marcio de Lima Leite, durante apresentação de dados do setor referentes a agosto na quinta-feira, 5.
Com o segundo maior volume do ano as 38,2 mil unidades comercializadas a outros países no mês passado representaram acréscimo de 10,6% frente a agosto de 2023, mas ficaram 2,2% abaixo dos números de julho, que contou com um dia útil a mais e com 39 mil unidades – o melhor patamar de 2024. No acumulado do ano os 242,6 mil veículos exportados ainda estão 17,9% aquém de igual período em 2023.
No caso da Argentina anima o fato de o mercado doméstico ter crescido 4,8% frente ao mesmo mês do ano anterior, estimulado por lamçamentos, embora no acumulado do ano a redução ainda seja de 16,1%.
Lima Leite ressaltou, porém, que os últimos meses do ano devem ser mais favoráveis ao Brasil devido a alteração no PAIS, Para uma Argentina Solidária e Inclusiva: “Nesta semana tivemos a excelente notícia de que a alíquota do PAIS diminuiu de 17,5% para 7,5%. Isso nos dá a expectativa de que as compras de veículos brasileiros deverão aumentar, uma vez que o nosso produto ficará mais competitivo por lá. Devemos ter cenário melhor já a partir deste mês”.
Quanto ao México, o gerente de estudos e comércio exterior da Anfavea, Marcos Abreu, destacou o crescimento mês a mês da atividade econômica local, com o PIB avançando 11,8% no primeiro semestre: “Em agosto o mercado interno cresceu 11,9% [na comparação anual] e, nos oito meses de 2024, 12,1% [frente a 2023].”
A Colômbia virou a chave com pequeno avanço de 0,3% nas vendas domésticas no acumulado de 2024, sobre o mesmo período em 2023, ao registrar expansão de 11,5% em agosto com relação aos doze meses anteriores, apontou Abreu: “Trata-se do primeiro crescimento em dois anos”.
O Chile, embora tenha obtido estabilidade em seu mercado, com alta de 0,1%, ao longo do ano vem diminuindo o saldo negativo, que era de 12% em comparação a 2023, para atuais 7%.
“Acreditamos que estes quatro mercados estão se recuperando, o que deverá beneficiar nossas exportações até o fim do ano.”
Em valores as exportações renderam US$ 1 bilhão 72 milhões em agosto, incremento de 15,9% em comparação a julho e de 9,6% com relação ao mesmo mês de 2023. No acumulado do ano os US$ 6 bilhões 784 milhões ainda estão 13% inferiores ao registrado de janeiro a agosto de 2023.