São Paulo – A pouco mais de um mês do fim do ano a Anfavea celebrou na terça-feira, 26, ter alcançado a marca de 2 milhões 309 mil unidades comercializadas, volume vendido em todo 2023. Presente no primeiro dia do Congresso AutoData Perspectivas 2025, organizado pela AutoData Editora em São Paulo, o presidente Márcio de Lima Leite admitiu que as projeções da entidade, de vender 2 milhões 560 mil veículos, serão superadas, o que faz de 2025 um ano promissor:
“As medidas tomadas foram fundamentais para que o setor avançasse e surpreendesse em 2024. Estamos perto de superar novamente os 3 milhões de licenciamentos, mesmo com os desafios de importações e exportações, com investimentos realistas na ordem de R$ 130 bilhões da indústria”.
O que resta à indústria ainda em 2024 é a expectativa do anúncio, por parte do governo, da regulamentação do Mover, Programa Mobilidade Verde e Inovação. Presente no painel Margarete Gandini, diretora do Departamento de Desenvolvimento da Indústria de Alta-média Complexidade Tecnológica do MDIC, Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, disse que a minuta está pronta e aguarda definições.
“O Mover está em etapa final para a publicação dos decretos de requisitos obrigatórios para comercialização e, na sequência, a consulta pública de todas as portarias”.
A visão do governo
Gandini fez sua análise de perspectivas baseada em desafios nos planos de trabalho para os próximos dois anos. Ela observou que alguns deles foram acirrados em 2024 com o aumento da concorrência internacional, em destaque para um avanço de veículos e autopeças importados, especialmente dos eletrificados: “Precisamos fazer mais e diferente para o futuro da indústria”.
Por ser o País um importante polo industrial, a diretora do MDIC acredita que é importante avançar como difusor de tecnologia para mercados em termos de veículos híbridos, sustentáveis e também em uma maior integração produtiva regional. Nas políticas públicas o ministério está trabalhando com o setor produtivo nas decisões sobre o IPI Verde, com uma nova abordagem da tributação de veículos, não só na cilindrada como em todas suas características, de modo que cada veículo terá sua tributação.
Em renovação de frota, após vários projetos pilotos, Gandini anunciou que estão em reta final para o lançamento de um programa de renovação de frota permanente para pesados, com inspeção técnica voluntária. Paralelamente corredores sustentáveis com a infraestrutura necessária para abastecimento de pesados, primeiramente, e depois para leves, com novos combustíveis.
O MDIC também discute um programa de exportação com olhar de integração produtiva e de soluções tecnológicas para a mobilidade, sempre com a busca de localização e soluções tecnológicas focadas em processos em materiais que aumentem a competitividade.
E das autopeças
Cláudio Sahad, presidente do Sindipeças, disse que o País ganhou mais previsibilidade com o Mover. Ele celebrou as vendas aquecidas, fruto também, na sua visão, do Marco Legal das Garantias, que destravou os financiamentos.
Por ser um setor que investe sob demanda Saad projetou para as autopeças um aumento de 10% nos investimentos, 5% de crescimento no faturamento, empregos em torno de 0,5% de alta, com 292 mil postos diretos, além de um avanço de 5% nas exportações, com a recuperação da Argentina, e redução de 3% nas importações.
“As montadoras podem escolher diversas rotas tecnológicas, como o híbrido flex, e tornar um atrativo para indústrias virem produzir aqui, já que emitimos um terço do CO2 da Europa.”