O presidente da VW Caminhões e Ônibus projeta mais um ano de recuperação, sem citar número de crescimento
São Paulo – Para Roberto Cortes, presidente da Volkswagen Caminhões e Ônibus, 2025 será desafiador para o segmento de veículos pesados, a exemplo de 2024, ainda que as vendas tenham sido crescentes. Ele participou do Congresso AutoData Perspectivas 2025, promovido pela AutoData Editora, em São Paulo, e estimou novo crescimento nas vendas, mas optou por não estimar um número.
Segundo Cortes fatores macroeconômicos, como a continuidade da queda do PIB do agronegócio brasileiro, o elevado índice de inadimplência, a restrição de crédito e a tendência de aumento da taxa de juros são desafios para o segmento. O executivo ainda listou condições geopolíticas internacionais que podem refletir sobre os negócios, como dificuldades com a cadeia de suprimentos por causa de guerras no Leste Europeu e no Oriente Médio bem como a política externa do novo governo dos Estados Unidos.
Mesmo diante dos desafios Cortes declarou que a estimativa da VW Caminhões e Ônibus é a de que o PIB brasileira cresça em 2025, o que gera boas expectativas:
“O que vende caminhões e ônibus é o PIB. O agro e a construção civil continuam comprando caminhões e os programas sociais federais também ajudam nas vendas. No entanto as incertezas econômicas vindas do governo não nos permite projetar um número de crescimento para nossa empresa. O que eu posso dizer é que o próximo ano será de recuperação para a VW Caminhões e Ônibus e nossa estimativa é de crescimento. Mesmo assim estamos longe de atingir os altos níveis de vendas da década passada”.
Necessidades do setor
Roberto Cortes declarou que as necessidades do setor passam por ações governamentais, principalmente para fomentar o uso de veículos descarbonizados: “Pedimos ao governo federal a criação de políticas públicas de incentivos à venda de produtos que reduzam as emissões de carbono, como caminhões e ônibus elétricos e a utilização de biocombustíveis. Bons exemplos são as ações de desoneração às empresas do setor como ocorre na Europa e Estados Unidos”.
Dentre outras ações que beneficiariam o setor de veículos pesados o executivo listou incentivos públicos em infraestrutura para mobilidade elétrica, continuidade do programa Caminho da Escola e a adoção de um programa perene de renovação de frotas de caminhões e ônibus.