São Paulo – A Anfavea jogou a toalha: a recuperação do mercado argentino, antes esperada para o segundo semestre deste ano, não virá em 2019. Assim, são esperados para o decorrer do ano manutenção de desempenho negativo nas exportações de veículos como aconteceu no primeiro quadrimestre, como mostrou o balanço da entidade, divulgado na terça-feira, 7.
Segundo os dados o volume de embarques caiu 45% de janeiro a abril, chegando a 139 mil 467 unidades, reflexo da crise que se acentua lá. De acordo com Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, alta inflação, congelamento dos preços e altos custos de financiamentos, dentre outros fatores, praticamente congelaram o consumo de veículos na Argentina, o que reduziu os volumes exportados das fábricas brasileiras.
De acordo com o presidente da Anfavea, a Argentina representou cerca de 80% do total exportado pela indústria nacional no quadrimestre. O agravamento do quadro diminuiu também a receita com as exportações: até abril as exportações geraram US$ 3 bilhões 274 milhões 558 mil aos cofres da indústria, 41,5% a menos do que no primeiro quadrimestre do ano passado.
A grave retração do mercado argentino começou a produzir os primeiros efeitos nas linhas de produção instaladas aqui. A Volkswagen confirmou a paralisação programada na unidade Anchieta, em São Bernardo do Campo, SP, por três semanas para, dentre outros motivos, adequar os volumes de exportação — no ano passado, pelo mesmo motivo, a própria VW interrompeu a produção de veículos no ABCD paulista e nas demais fábricas que mantém no Estado, em São Carlos e em Taubaté.
Em termos de volume, as exportações de veículos leves no quadrimestre chegou a 133 mil 201 unidades, queda de 44,5% ante igual período no ano passado. As exportações de caminhões chegaram a 3 mil 623 unidades, 64% a menos, e as de ônibus somaram 2 mil 643 unidades, 18,3% a menos.
Em abril as exportações de veículos chegaram a 34 mil 905 unidades, 10,5% a menos do que o volume exportado em abril do ano passado. Os veículos leves, no mês, foram 33 mil 238 unidades, queda de 9,7%, os caminhões, 1 mil 104 unidades, 7,5% menos, e os ônibus 563 unidades, queda de 18%.
Foto: Divulgação.
Notícias Relacionadas
Últimas notícias