São Paulo — A Scania trabalha com a possibilidade de vendas maiores em 2021 considerando sua projeção positiva do PIB, o principal indicador de negócios no setor de veículos comerciais, para 2021. Seu presidente, Christopher Podgorski, disse durante o Congresso AutoData Perspectivas 2021, realizado em ambiente virtual pela AutoData Editora até a sexta-feira, 30, que a empresa espera um aumento no produto interno bruto no ano que vem de 3%.
Apesar da projeção positiva há ressalvas: "Em 2019 os bancos indicam PIB de 4,5% a 5% menor. Um PIB em 2021 com 3% de crescimento é o mínimo para que os negócios no Brasil sejam feitos de forma sustentável e com previsibilidade. Acredito que seja possível alcançar este nível de 3% por meio das reformas necessárias ao País que ainda não aconteceram".
Ele acrescentou, ainda, que, mesmo diante de um cenário de retomada do volume de produção após a reabertura das fábricas, a indústria precisa ficar atenta e considerar pormenores importantes antes de qualquer tentativa de antever o mercado no ano que vem. Citou como pontos de atenção a reabertura instável e irregular nos mercados globais, o risco de uma segunda onda de transmissão do coronavírus e incertezas no campo político, como o acirramento das relações China-Estados Unidos.
A observação é estratégica para a Scania dada a sua vocação exportadora a partir da fábrica de São Bernardo do Campo, SP. Um terço da produção de caminhões e chassis de ônibus realizada na unidade tem como destino o Exterior e por isso a companhia se mostra atenta aos fatores globais, como o câmbio:
"Importamos um terço do conteúdo dos nossos veículos, um nível que já foi maior. E já foi um porcentual maior. Hoje, com a nova geração de cabines, temos mais componentes nacionais. É difícil projetar o câmbio, mas o ideal é que algo em torno de R$ 5 seria bem razoável para a operação".
Podgorski afirmou que em função da pandemia a companhia vem retomando aos poucos os níveis de produção que registrava antes de março. Apesar do quadro a casa matriz, na Suécia, garantiu a manutenção do próximo ciclo de investimento de R$ 1,4 bilhão para até 2025.
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