São Paulo — As fabricantes de máquinas agrícolas e de construção estão otimistas com 2021, dada a expectativa de mais uma produção recorde de grãos e a retomada de obras de infraestrutura. Alfredo Jobke, diretor de marketing da AGCO na América do Sul, Luiz Marcelo Daniel, presidente da Volvo CE, e Thiago Wrubleski, diretor de planejamento da CNH Industrial, debateram o setor no primeiro dia do Congresso AutoData Perspectivas 2021, realizado em ambiente virtual pela AutoData Editora até a sexta-feira, 30.
O agronegócio, com a projeção de safra recorde, também deverá ser impulsionado por outros fatores, como o bom preço das commodities, disse o diretor da AGCO: "Tudo isso indica que 2021 será bom para o nosso setor. Outra produção recorde de grãos seria um resultado fantástico, mas precisamos estar atentos aos fatores climáticos que não podemos controlar e que podem causar impacto sobre as previsões".
Wrubleski, diretor da CNH, lembrou que o País precisa controlar a situação da pandemia da covid-19 para alcançar o crescimento que é esperado para as vendas de máquinas agrícolas: "Se esse cenário estiver estabilizado temos espaço para crescer dois dígitos".
O presidente da Volvo CE, Luiz Marcelo Daniel, disse que o setor de máquinas de construção tem espaço para manter o crescimento de dois dígitos em 2021, ressaltando que no acumulado do ano até setembro a expansão foi de cerca de 35%: "A alta nos negócios foi puxada pelos segmento de commodities agrícolas e metálicas, assim como as áreas de infraestrutura e logística ligadas a essas operações. Para 2021 também existe a expectativa de uma retomada maior das obras de infraestrutura".
Wrubleski, da CNH Industrial, ressaltou a forte demanda da construção em 2020: "O segmento de locação também foi importante. A tendência para o ano que vem é de crescimento de dois dígitos gordos".
O cenário esperado pelos executivos é bastante positivo, mas existe um ponto de atenção em que todos concordaram: a capacidade da cadeia de fornecimento para acompanhar essa retomada, que está sendo mais forte do que o esperado no começo da pandemia. Os diretores da AGCO e da CNH revelaram que já se reuniram com fornecedores para falar sobre volumes que são projetados para o primeiro semestre de 2021, antecipando o planejamento para que não apareça nenhum gargalo de produção.
A expectativa para as exportações também são positivas, pois os mercados da América Latina deverão crescer em 2021, mas os executivos ressaltaram a necessidade de a pandemia estar sob controle.
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