São Paulo — Os fornecedores do setor automotivo estão confiantes na retomada do mercado a partir de 2021: essa é a expectativa de Besaliel Botelho, presidente da Bosch, Raul Germany, presidente da Dana, Antonio Carlos Galvão, presidente da Eaton, e de Marcos Zavanella, presidente & CEO da Schaeffler América do Sul, que discutiram o desempenho do setor durante o segundo dia do Congresso AutoData Perspectivas 2021, realizado em ambiente virtual pela AutoData Editora até a sexta-feira, 30.
Zavanella, da Schaeffler, projetou um mercado em torno de 2,5 milhões de unidades para o ano que vem: "Nossa projeção é de um otimismo moderado porque existem alguns pontos de atenção. A pandemia é um deles e precisa ser uma página virada, assim como o fim do auxílio emergencial e como a economia se comportará, e o nível de desemprego, que ainda é alto".
Galvão, da Eaton, aposta em um mercado um pouco menor, chegando a 2,4 milhões de veículos, incremento de 20% sobre 2020, com a produção acompanhando esse crescimento: "Todos os segmentos deverão crescer porque a base desse ano é baixa, mas a volta do volume registrado em 2019 rezemos para que aconteça em 2022".
O presidente da Dana foi o mais otimista com relação ao segmento de pesados, no qual a companhia realiza a maior parte dos seus negócios, com a expectativa de retomar o volume de 2019 já em 2021: "A forte demanda do agronegócio e da construção impulsionará os negócios. Notamos que nesse último trimestre do ano o volume já retornará ao registrado antes da pandemia".
Para o setor de automóveis a projeção de Germany é de uma recuperação mais lenta.
As expectativas da Bosch também são de expansão do mercado em 2021. Para Besaliel Botelho, mesmo com volume ainda menor do que o registrado em 2019, novas oportunidades surgirão: "Haverá um crescimento na demanda por tecnologia nos componentes que são fornecidos, o que trará mais oportunidades para expandirmos nossa participação de mercado".
Com relação ao desempenho macroeconômico do Brasil todos concordaram que o recuo ficará em torno de 5%, talvez até um pouco mais. Para 2021 a projeção é de incremento de 3% a 3,5%.
Para o dólar as expectativas são um pouco diferentes: o presidente da Dana espera algo em torno de R$ 5,00 a R$ 5,50, enquanto o presidente da Eaton projeta de R$ 5,20 a R$ 5,30. Botelho e Zavanella estão do lado mais pessimista, com projeções de R$ 5,50 a R$ 5,60, e R$ 5,90, respectivamente.
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