São Paulo – Ainda há muita neblina no caminho das fabricantes de motocicletas. Hilario Haruomi Kobayashi, 1º vice-presidente da Abraciclo, mostrou, durante o Congresso AutoData Perspectivas 2021, realizado em ambiente virtual pela AutoData Editora até a sexta-feira, 30, três possíveis cenários para 2021.
Segundo o executivo a Abraciclo apresentará apenas em janeiro suas projeções para o mercado para 2021 – os estudos estão em curso, garantiu. Mas revelou algumas projeções: a mais otimista é de um incremento de 15% nas vendas, recuperando a retração deste ano e voltando ao volume de 2019.
Um outro cenário, chamado por Kobayashi de realista é de uma expansão de 5% a 10%. Já o pessimista prevê um empate com 2020: "Mas tudo isso dependerá dos desdobramentos políticos e econômicos. Em janeiro poderemos ter até um cenário melhor do que esses apresentados".
A recuperação econômica no ano que vem deverá ser lenta e gradual, segundo o vice-presidente, que vê um longo caminho a percorrer até retomar as condições pré-pandemia. O fim do auxílio emergencial, o aumento da inadimplência ligada ao setor de duas rodas, o alto índice de desemprego e os impactos causados pela pandemia preocupam.
Questões políticas também trazem uma série de incertezas para os negócios das fabricantes de motocicletas em 2021: "Temos à frente os ajustes que o governo pretende fazer com a reforma tributária e, dependendo do que mudar, as operações instaladas em Manaus poderão ser impactadas. Precisamos preservar os incentivos regionais para manter a sustentabilidade dos negócios".
Mesmo com tantas dúvidas, uma coisa não deve mudar: as vendas continuarão sendo impulsionadas pelos mesmos fatores de 2020: maior procura de motos para uso profissional, principalmente no setor de delivery e moto-táxi, scooter com vendas crescentes como opção de baixo custo para a população que quer evitar o transporte público por causa da pandemia e motocicletas com motores maiores, com capacidade on-road e off-road, compradas para lazer dos consumidores.
Para 2020 a expectativa é a de que sejam produzidas 937 mil motocicletas, recuo de 15,4% ante 2019. Desse volume a Abraciclo projeta que 905 mil unidades serão comercializadas no mercado interno, o que representa uma retração de 16% na mesma base comparativa. As exportações deverão ser de 28 mil unidades, queda de 27,5%.
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