São Paulo — As principais fabricantes de motores diesel independentes — Cummins, FPT e MWM — com produção instalada no Brasil projetam aumento na produção em 2021 ancorada nas demandas do agronegócio, no caso dos motores veiculares, e nas demandas por energia, no caso dos motores estacionários para grupo geradores. O quadro é o mesmo visto nos últimos dois anos, quando as empresas passaram a diversificar a oferta no campo da geração de energia como uma forma de compensar as perdas que vinham registrando no mercado de caminhões, à época, como agora, em recuperação.
Não fosse a pandemia, disseram seus presidentes no Congresso AutoData Perspectivas 2021, realizado em ambiente virtual pela AutoData Editora até a sexta-feira, 30, já neste ano os balanços já poderiam ser melhores, considerando o amadurecimento desses motores para geradores no mercado. De qualquer forma a aposta para 2021 é a de que os pedidos na área da energia, mais o fornecimento tradicional para veículos comerciais e fora de estrada, mantenha as fábricas ocupadas.
No caso da MWM, a expectativa é a de que a produção caia 20% este ano sobre o volume de 2019, mas cresça 35% de 2020 para 2021. "Teremos um ano atípico em 2020 com queda na produção e alta de 4% nas vendas. A expectativa é de que as vendas cheguem a 29,3 mil unidades", disse José Eduardo Luzzi, presidente da fabricante.
Já a Cummins projeta queda de 18% em seu volume de produção no ano, um porcentual que poderia ser menor não fosse o desempenho registrado a partir de agosto. "Nossa produção neste ano cai, mas estamos voltando. O volume registrado em outubro está maior do que o volume dos primeiros meses e estamos esperando um mesmo nível de produção do ano passado, ainda que não compense as perdas", disse Luis Pasquotto, presidente. "O setor esta dirigindo em uma neblina, vamos para a frente mas com cuidado."
Quem também registra desempenho maior no segundo semestre, por ora, é a FPT. A empresa não divulgou números a respeito, mas já considera que o volume produzido no segundo semestre será insuficiente para que a empresa termine com a produção no azul em 2020. "Nossos resultados do segundo semestre não serão suficientes para reverter as perdas ocorridas no primeiro semestre", disse o presidente Marco Rangel.
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