São Paulo — As projeções do Itaú para o PIB no ano que vem indicam crescimento de 3,5% sobre o resultado deste ano, que deve, segundo suas estimativas, encerrar o ano em 4,5% negativo. Ainda que neste momento indicadores no lado positivo do gráfico possam animar a indústria, é preciso ter cautela porque, na prática, o crescimento ocorre sobre uma base baixa e representa alta mensal média de 0,25%, o que pode ser classificado como um momento em que a economia andará de lado, analisou Fernando Machado Gonçalves, superintendente de pesquisa econômica do banco.
"O PIB de 3,5% é irreal porque representa muito pouco quando olhamos o avanço projetado trimestralmente. Não podemos considerar como algo tão pujante", disse Gonçalves no Congresso AutoData Perspectivas 2021, realizado em ambiente virtual pela AutoData Editora até a sexta-feira, 30.
Sobre a inflação, as projeções do banco indicam redução dos 3,2% projetado para 2020, para 2,8% em 2021. Esta inflação menor está ligada diretamente à baixa atividade econômica esperada no ano que vem, com o consumidor, em teoria, mais receoso acerca dos seus gastos e investimentos. "O hiato da atividade industrial no Brasil ainda é muito alto. Isso mantém a inflação baixa".
A respeito do câmbio, há expectativa de fechamento do ano valendo R$ 5,25, com redução para R$ 4,50 no ano que vem. "Com o avanço das reformas, pode ser que o real volte a se fortalecer, somado às projeções de vitória de Joe Biden nas eleições para presidente nos Estados Unidos, que deverá reduzir a alta do dólar no mundo".
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