Presidente Ricardo Gondo alerta para o descompasso de importação e produção e defende políticas que protejam quem investe no Brasil
São Paulo – Enquanto a Renault colhe os louros com as diversas premiações do Kardian, incluindo a de Melhor Automóvel e Picape do Prêmio AutoData, lançado este ano, o presidente Ricardo Gondo e sua equipe se preparam para os planos de 2026, que incluem mais um lançamento. Ele participou do Congresso AutoData Perspectivas 2025.
A Renault passará a competir em um segmento em que hoje não participa no Brasil, o de SUVs médios. Com o novo modelo, que usará a mesma plataforma do Kardian e é esperado para o primeiro semestre, a fabricante pretende avançar no mercado interno e também no seu potencial de exportação –o novo SUV será vendido em toda a América Latina.
Exportações, aliás, que ganham fôlego com aumento de remessas de veículos para a Argentina, México e Colômbia.
Gondo exaltou as atualizações promovidas na planta de São José dos Pinhais, PR, e antecipou que o novo SUV, que já teve seus primeiros protótipos montados, receberá tecnologias inéditas para o mercado brasileiro, incluindo 26 assistentes ao motorista, do sistema Adas, o dobro do Kardian: “O que surpreendeu no Kardian faremos ainda melhor no segmento C”.
Crescimento também nas vendas diretas
No balanço de 2024 o presidente da Renault estimou que o mercado fechará com 2 milhões 450 mil veículos leves vendidos, ou um pouco mais, devido ao incremento de vendas para frotistas e a locadoras em novembro e dezembro. Ele observou que o ano tem sido positivo não apenas nas vendas diretas mas também no varejo.
Para 2025 a expectativa é que o mercado cresça de 5% a 10%, com no mínimo 2,6 milhões de veículos de passeio e comerciais, sempre na dependência de fatores macroeconômicos como taxa de juros e inflação.
Gondo demonstrou apoio à retomada imediata da alíquota de carros eletrificados importados a 35%, principalmente pelo descompasso do crescimento de vendas internas versus produção, 12% e 7%, enquanto as importações cresceram 37%.
“Temos que criar emprego e desenvolver tecnologia no Brasil. Todos os fabricantes que investem em novas tecnologias deveriam ter cota de importação de imposto. Queremos igualdade de condições. Outros países elevaram as alíquotas e o Brasil está de portas abertas. No curto prazo temos de trabalhar com políticas que permitam à indústria estabelecida, e que já investiu, fazer a transição.”