As regras do jogo, ainda não postas, foram objeto de debate no Congresso Megatendências
São Paulo – A falta de regulamentação das normas do programa Mover tem gerado preocupação na indústria automotiva. Criado para trazer previsibilidade para o setor, na prática o que está acontecendo é o contrário: existe muita neblina no caminho e as empresas não sabem quando tudo será publicado. Esse foi um dos temas debatidos durante painel realizado no primeiro dia do Congresso AutoData Megatendências 2025.
Para Henry Joseph Júnior, diretor de sustentabilidade e parcerias estratégicas da Anfavea, os entraves sobre as medições de eficiência energética e de emissão de CO2 já foram esclarecidos com o governo, mas ainda assim as regras do IPI Verde não foram publicadas: “O problema é que nada disso foi publicado e precisa ser de forma clara. Acredito que está bem encaminhado, mas tem que sair”.
Segundo o diretor sua publicação é essencial para que as montadoras consigam planejar quais produtos pretendem lançar no País. A primeira medição das emissões deveria começar em setembro de 2026 e ir até setembro de 2027, mas o prazo está cada vez mais apertado.
Fotos: Patrícia Caggegi.
Ricardo Roa, sócio líder do setor automotivo da KPMG, disse que toda essa indefinição gera uma ansiedade no setor automotivo e incertezas nas montadoras que anunciaram grandes aportes no País: “O programa foi criado e aprovado até janeiro de 2029, o navio está navegando já, mas tem muita coisa para que precisa ser feita”.
Para Gabor Deák, diretor de tecnologia do Sindipeças, junto com a espera pela publicação das regras existe uma certa tensão para acessar os incentivos disponíveis para Pesquisa e Desenvolvimento dentro do Mover, pois os recursos disponíveis para 2025 já foram esgotados:
“Estamos no caminho certo, temos uma direção para seguir, ainda que as regulamentações que esperamos não tenham sido publicadas. Teremos um bom futuro pela frente com o Mover”.