São Paulo – As portas das fábricas Nissan nas Américas estão abertas para as peças produzidas por fornecedores brasileiros e argentinos. Em termos de qualidade, segundo Guy Rodriguez, presidente da Nissan América do Sul, os produtos da região estão alinhados com os manufaturados de outros mercados. Ele palestrou no 3º Congresso Latino-Americano de Negócios da Indústria Automotiva, organizado pela AutoData Editora até sexta-feira, 20, em ambiente digital.
“A cadeia produtiva é muito boa, dispõe de qualidade e tem espaço para crescer no mundo. Temos a vantagem de ser Nissan Américas, uma só equipe, e já usamos peças mexicanas no Kicks produzido em Resende, por exemplo. Trabalhamos para gerar oportunidades no sentido oposto.”
Na última reorganização dos seus negócios e por meio da estruturação do plano Nissan Next a companhia dividiu-se em quatro regiões: Japão e Sudeste asiático, China, Américas e Amieo, que engloba África, Oriente Médio, Europa e Oceania. O Brasil está inserido na Divisão Américas, junto com México e Estados Unidos, onde a Nissan é muito forte.
Na América do Sul são quatro operações: Brasil, com a fábrica de Resende, RJ, Argentina e sua unidade produtiva em Córdoba, e escritórios no Chile e Peru: “Somos relativamente novos por aqui. No Brasil estamos há vinte anos, na Argentina e Chile desde 2015 e ao Peru chegamos em 2018”.
Rodriguez calculou mercado potencial de 4,7 milhões de unidades apenas nos quatro países onde mantém operação. Em 2021, segundo ele, alcançará 3,4 milhões de veículos: “Precisamos de escala de produção para, com a qualidade que temos, conseguirmos alcançar outros mercados de exportação. É até uma alternativa para não ficarmos tão expostos à volatilidade do câmbio”.
Recentemente a companhia investiu cerca de R$ 100 milhões em Resende para produzir a nova geração do Kicks, que já chega aos quatro mercados Nissan do continente. US$ 130 milhões estão sendo aplicados na Argentina para expandir mercados de exportação da picape Frontier e adapta-la às novas normas de emissão no Brasil.
Outros investimentos poderão ser anunciados em breve, pois o objetivo traçado pela direção global da Nissan é ousado: ser uma das três marcas mais importantes na região. E, segundo Guy Rodriguez, para alcançar esta meta é preciso fazer “produtos que superem a expectativa dos consumidores, como o Kicks”.
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